Boletim Unicap

Palestra sobre Joaquim Nabuco trata da escravidão nos dias atuais

A Universidade Católica de Pernambuco, em seu segundo dia da 8ª Semana de Integração, realizou uma palestra no anfiteatro do bloco G4 na manhã desta terça-feira (05), sob a coordenação da professora Virgínia Colares sobre o tema: “Joaquim Nabuco: A escravidão em suas formas contemporâneas”. A primeira palestrante, Emília Queiroz, mestranda em Direito pela Unicap falou da causa pela qual Nabuco lutou a vida toda: a queda da escravidão, escravidão que está diretamente ligada ao tráfico de seres humanos, comparando este tráfico do passado, com o sofrido hoje pelas mulheres, meninas e adolescentes, para fins de exploração sexual tanto internacionalmente, quanto internamente. Através de suas pesquisas, Emília quis mostrar que a escravidão, de certo modo, ainda existe e que o governo tem agido contra isso, através de políticas públicas, decretos e mudanças no código penal. A sua pesquisa é mais focada na exploração contra a mulher.

Já os alunos Gabriela Lima e João Campelo, que apresentaram o trabalho de conclusão de curso baseados na luta de Joaquim Nabuco, aprofundaram-se mais na questão da exploração na área rural, onde muitos trabalhadores são submetidos a condições degradantes, torturas psicológicas e físicas. Para os palestrantes, o crime começa com falsas promessas, mentiras que fazem com que pais de famílias saiam de suas regiões, para trabalhar em locais desconhecidos, onde adquirem dívidas, que faz com que esse trabalhador nunca consiga pagá-las, formando um ciclo vicioso reduzindo essas pessoas a condições de escravos, já que trabalham apenas para quitar o que devem aos fazendeiros. Para Gabriela, a lei que trata dessas questões, é falha, já que sua pesquisa mostra que, até 1991 aconteceram apenas 45 condenações para exploradores de pessoas na área rural, onde 84 mil pessoas sofrem esse tipo de abuso. João acredita que a lei não é o suficiente para a solução de tais problemas, o que de fato resolveria é a criação de políticas agrárias.

O último palestrante do dia foi Pablo Feitosa que fez um diálogo entre Joaquim Nabuco e autores da atualidade. A conclusão que ele tirou desse diálogo é que a única diferença entre a escravidão daquela época e dos tempos atuais é o preço, a relação custo-benefício. Hoje é muito mais barato, você pode comprar um ser humano por R$150, a exemplo de um caso acontecido em Eldorado dos Carajás. Para ele, não houve muita preocupação com a desigualdade social depois da abolição e, como João, acredita que muitos desses problemas seriam solucionados com a criação de leis agrárias, inclusive a criação da reforma agrária, que tem sido debatida por anos, mas nunca se chegou a conclusões definitivas. A palestra terminou com um bate-papo entre plateia e palestrantes, onde todos puderam dar suas contribuições a respeito do tema.

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