Palestra discute o tratamento da mídia sobre a mulher negra, lésbica e bissexual
|A Universidade Católica de Pernambuco em parceria com a Prefeitura do Recife promoveu, nesta quarta-feira (1º), no auditório do bloco J, uma palestra/oficina com o tema: “Como a mídia tem tratado a Mulher Negra, Lésbica e Bissexual”. A professora do curso de Jornalismo da Unicap Ana Veloso foi quem comandou a palestra. Estavam presentes na mesa de discussão a secretária de Direitos Humanos do Recife, Amparo Araújo, a secretária especial da Mulher, Rejane Pereira, e a coordenadora do Núcleo de Estudos Especializados em Gênero(Gendhe) da Universidade, Andréa Campos.
Rejane começou sua fala destacando que a cidade do Recife tem uma dívida com as mulheres e garantiu que as políticas públicas em favor das mulheres são um compromisso da prefeitura. Ana Veloso, juntamente com a psicóloga Ana Maria, falou sobre o quanto é importante que se discuta o poder da mulher nos meios de comunicação e frisou que a mídia veicula a mulher negra lésbica de forma muito negativa. A professora passou um vídeo sobre o pensamento das pessoas dos anos de 1960 a respeito do papel da mulher na sociedade. Os que estavam presentes na palestra ficaram surpresos com o modo de pensar dos homens e até mesmo das próprias mulheres, colocando a mulher em um nível inferior de poder. “Há uma mudança de discurso de uns anos para cá, mas a postura da sociedade perante as mulheres infelizmente não melhorou muito”, disse Andréa Campos.
Ana Veloso distribiu textos sobre a violência contra a mulher. Ela questionou a ética dos programas policiais transmitidos nas rádios e na televisão. Os estereótipos mostrados por esses programas prejudicam não só a imagem das mulheres negras, mas também parcelas excluídas da população. Ana contou sua experiência com a rádio comunitária em que ela trabalhava em Palmares. O programa obtinha grande audiência na região e as pessoas que escutavam gostavam de se informar. “Fizemos uma pesquisa com 1.600 pessoas em várias cidades do interior onde o programa era transmitido e perguntamos porque elas escutavam o programa. Elas responderam que queriam saber das coisas, adquirir conhecimentos. A maioria dos nossos ouvintes era de analfabetos”.
No final foi exibido um vídeo sobre o poder da televisão e sua forte influência no Brasil.