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Ocupação de terras e mapeamento de pesquisas na Amazônia em debate na 1ª Semea

img_2470Os conflitos agrários envolvendo o agronegócio e os povos indígenas e a produção de pesquisas na Amazônia foram os temas abordados nas palestras da 1ª Semana de Estudos Amazônicos (Semea), na manhã desta quarta-feira (26), no auditório G1. Os convidados foram o Padre Aloir Pacini e Luiz Felipe Guanaes.

O primeiro a falar foi Pacini que foi recebido na mesa pelo coordenador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi) da Católica, Padre Clóvis Cabral. Ele apresentou aspectos de sua tese de doutorado em antropologia social. O estudo analisa o questionamento indígena sobre as fronteiras dos estados nacionais na região chamada de Coroa do Mundo, que abrange o Mato Grosso e parte da Bolívia. O pesquisador deu um panorama do contexto histórico da organização territorial desde os tempos da colonização ibérica, citando tratados de Madrid e Tordesilhas.

img_2474Ele fez um alerta sobre a devastação dos biomas que compõem a região devido aos interesses comerciais do agronegócio e como isso repercute na vida dos indígenas. Durante a pesquisa do doutorado, Pacini gravou entrevista com uma índia que deu um depoimento emocionado sobre as lutas e as dificuldades do povo chiquitano em ter acesso à água. “Eu choro porque a gente não tem apoio,” dizia ela. “A mentalidade colonizadora marca nossa relação com a Amazônia, diferente do índio que enxerga nos rios as suas próprias veias”, ressaltou o professor.

Os conflitos também serviram de mote para a explanação do Prof. Dr. Luiz Felipe Guanaes. O coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-RJ chamou a atenção para a expansão desenfreada de mineradoras, petrolíferas e da produção de soja na região. “São multinacionais globais e articuladas, enquanto a questão da Amazônia envolve nove países, cada um com interesses, pontos de vista e legislações diferentes. O nível de conflito é muito sério. Caso não seja feito algo efetivo, a Amazônia tende a desaparecer”.

Guanaes apresentou um mapeamento da produção das universidades jesuítas sobre a Amazônia. São pesquisas desenvolvidas por 31 instituições que formam a Associação de Universidades Confiadas à Companhia de Jesus na América Latina (Ausjal). O material está catalogado e disponível num portal hospedado no site da PUC-RJ. “É uma grande ferramenta de articulação entre pesquisadores”, destacou Guanaes que convidou os participantes para uma demonstração de como funciona o portal nos computadores dos Laboratórios Inácio de Loyola.

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