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Missa de 7° dia é celebrada em homenagem ao Padre Paulo Meneses

Foi celebrada na noite desta terça-feira (18) a missa de 7° dia do Padre Paulo Meneses. A celebração aconteceu na capela da Universidade Católica de Pernambuco e foi presidida pelo Reitor da Católica, Padre Pedro Rubens. A missa reuniu amigos, familiares e pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com o pensador, filósofo, pesquisador, escritor, poeta e, como descreve a Profº. Evânia Pincovsky, um ser iluminado, amado e admirado por todos.

O Padre Paulo Meneses foi sócio, fundador e presidente de honra da Sociedade Hegel Brasileira, instituída em 2001, no Instituto Goethe de Porto Alegre. É o maior tradutor das obras de Hegel, como “Fenomenologia do espírito” e “Enciclopédia das ciência filosóficas”. Doutor em filosofia e diplomado em ciência política pela Universidade de Paris, lecionou filosofia, antropologia e ciência política na Unicap e no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento-RJ. Possui numerosos artigos e livros publicados, entre eles “O Conhecimento afetivo segundo Tomás de Aquino” e “Universidade diversidade”.

Na Católica, foi chefe do Departamento de Sociologia, decano do CTCH e Pró-reitor de Pesquisa. Dirigiu o Núcleo de Estudos para América Latina (NEAL) e coordenou o Grupo Hegel da instituição.

Durante a missa, foi proferida uma mensagem de Natal, produzida pelo Padre Paulo Meneses e publicada em Homilias Dominicais, p.27, que diz: “O Natal foi o tempo em que o céu se encontrou com a terra, e o altíssimo se encarnou em nossa humildade: Deus se humanou. É portanto, o Natal a união das diferenças: sem deixar de ser plenamente Deus, a humanidade completa de Cristo foi por ele assumida… Cristo veio ensinar que a diversidade humana não deve ser obstáculo, mas condição de uma unidade mais plena na multiplicidade. Que não haja só tolerância com a diferença do outro, com a diversidade extrema de cultura e de personalidades, mas júbilo e alegria pela riqueza imensa de nossa diversidade humana, aceitação e sobretudo amor…Hoje mais do que nunca, se quisermos festejar dignamente o nascimento de Cristo, devemos abdicar de todo espírito de discriminação e intolerância e abrir-nos à universalidade do amor que o menino Jesus veio ensinar-nos”.

O professor Jomar Muniz de Brito foi grande amigo e descreveu a importância e o significado do Padre Paulo Meneses. “Eu reconheço Paulo Meneses como uma das pessoas mais corajosas com o qual convivi. Ele foi o primeiro brasileiro Doutor em Ciência Política formado na França e trabalhou com Paulo Freire no Sistema Paulo Freire de Educação de Adultos, no qual lecionava sobre a realidade brasileira. Além de ser simples, possuía uma inteligência fora do comum”, afirma.

Já o professor Arthur Carvalho, que trabalhou com Paulo Meneses no Sistema Paulo Freire de Educação, teve o prazer de ser aluno dele no curso de Direito da Católica, frisou: “Foi o maior e melhor professor de ciência política que eu conheci. Fico feliz por ter tido a oportunidade de aprender com seus ensinamentos e visões de mundo”, ressaltou.

O psicanalista Ivan Correia foi um grande amigo e participou de alguns momentos importantes na vida do Padre Paulo Meneses. “O vejo como uma pessoa extremamente sincera. Convivi com ele no Brasil e em Paris. Na época estudávamos ciência política. Foi um período de compartilhamento de ideias. Inclusive, quando estávamos no Brasil, em 1968 em um período turbulento, o 4° Exército com o General Justino Alves pressionou, e eu e o Padre Paulo Meneses tivemos que ir para outro país. Fui eu que o levei para o aeroporto para ele passar um período de “recesso” no Chile”, destacou.

A professora Evânia Pincovsky, autora de um belíssimo texto lido em comemoração aos 85 anos de vida do religioso (https://www1.unicap.br/assecom1/?p=35946), que presta uma justa homenagem a essa pessoa que contribuiu para o desenvolvimento da educação, resumiu o seu sentimento em relação ao filósofo. “Minha amizade começou quando eu era aluna de Psicologia da Unicap e ele era Padre Jesuíta. Ao longo dos anos, fui convivendo e percebendo como ele era humano, erudito e sensível. Uma pessoa extraordinária e, eu diria, até incomum pelo fato de ser singular com suas inúmeras virtudes”, destacou.

No fim, o Reitor reconheceu a forma peculiar de Paulo Meneses enxergar as coisas. “Era uma pessoa de inteligência excepcional. Ele costumava utilizar uma ironia fina e uma erudição em seus trabalhos, além  de apresentar uma visão ampla e crítica”, finalizou.

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