Mestrado em Indústrias Criativas da Católica recebe Projeto Conexões com o tema Ganhar dinheiro não é pecado
|O Mestrado em Indústrias Criativas, da Universidade Católica de Pernambuco, realizou na noite do dia 9/10, no Anfiteatro do 3° andar do bloco G4, o Projeto Conexões, com o tema “Negócios na Comunicação, ganhar dinheiro não é pecado”. Participaram como palestrantes o professor da Unicap, empreender social e sócio na Bio Fair Trade, Márcio Waked; a professora da UFPE, publicitária e fundadora da Consumix Branding, Izabela Domingues, e o jornalista e empreendedor na Paradox Zero, Paulo Rebêlo.
O Projeto Conexões é fruto de uma parceria entre o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope); a Universidade Federal de Pernambuco, Campus Agreste; o Porto Digital e a Universidade Católica de Pernambuco, por meio do Mestrado em indústrias Criativas. Segundo o presidente do Sinjope e coordenador do Mestrado em Indústrias Criativas, professor Juliano Domingues, estas instituições se conectaram em torno do mesmo objetivo, que é discutir os novos rumos da comunicação e suas perspectivas, pensando em inovação, nessa área. A primeira edição do projeto deu início ao livro “Os impactos das novas mídias na Comunicação”, organizado por Sheila Borges, Ana Beatriz Silva, Amanda Mansur, Rossini Barreira e Cláudia Eloi, editado pela Cepe, que reúne artigos de profissionais e acadêmicos, refletindo sobre as mudanças que a área da comunicação tem passado.
Márcio Waked, professor da Unicap, empreender social e sócio na Bio Fair Trade, tentou em sua palestra desmistificar um pouco a questão de empreendedorismo, mostrando que não é pecado constituir um empreendimento lucrativo. Mostrou, também, possibilidades como empreendedorismo social, onde se cria uma organização que vai gerar lucro, mas também traz um benefício social, ambiental e econômico, “que é o que a gente está precisando hoje em nossa sociedade”. Como exemplo de negócio social, foi apresentado a Bio Fair Trade, empresa criada pelo palestrante, que atua no seguimento de comércio justo, apoiando pequenos grupos de artesãos, na comercialização de seus produtos.
Em seguida, Izabela Domingues, professora da UFPE, publicitária, fundadora da Consumix Branding e ex-aluna de Jornalismo e ex-professora da Católica, falou sobre sua experiência como empreendedora, quando fundou a Consumix. “Quando pedi demissão do meu emprego de diretora de arte de uma grande agência de publicidade do mercado, para fazer um Mestrado, foi a coisa mais certa que fiz da minha vida, porque ali se inaugurava um novo momento na minha trajetória profissional. A gente precisa se reinventar o tempo inteiro e, mais do que isso, a gente precisa exercitar um coisa chamada ‘miopia em marketing’, que é quando a gente não consegue enxergar lá na frente, quando você está aqui tão míope que você só consegue enxergar aqui, mas o tempo inteiro a gente tem que olhar lá na frente. E deu certo”, exclamou Izabela.
Com sua saída da agência, a palestrante foi chamada para fazer consultoria para os clientes que dialogavam bem com seu trabalho e, a partir daí, Izabela começou a delinear um formato de consultoria e em 2010 nasce a Consumix Comunicação, Consumo e Cultura, com o objetivo de ajudar as marcas dentro do universo do consumo e em relação com os consumidores e seus comportamentos de consumo. Com sua aprovação como professora da UFPE, campus Agreste, em Caruaru, Izabela teve que deixar a administração da empresa com sua sócia Paula Dias. Nesse momento, Izabela Domingues passa a atuar como consultora eventual. “Hoje sou a fundadora da Consumix, tenho maior amor por essa marca. O mercado me associa muito a essa marca, mas a Consumix tem, hoje, uma diretora que toca seu dia a dia, que toca seu follow up, toca sua pauta, que congrega outros profissionais por projetos e eu entro em algumas consultorias, mentorias, opiniões e direcionamentos”, explica a palestrante.
Paulo Rebêlo, jornalista e empreendedor na Paradox Zero, começou sua intervenção dizendo: “Essa coisa de ganhar dinheiro não é pecado, deveria ser gastar dinheiro não é pecado. Isso eu tive que aprender a duras penas, essa coisa do investimento no seu empreendimento. Isso em jornalismo é uma realidade que não existe, a gente não é treinado para isso, na faculdade. Mesmo que você faça Mestrado e Doutorado, se for em Comunicação, é uma coisa que passa muito longe, toda essa questão de gestão, investimento, de quanto você tem que investir. Na Paradox Zero, por eu ser jornalista e ter passado 20 anos no mercado, obviamente a gente tem muito contato no mercado, muita gente que vocês conhecem também. Eu acho que é o calo de 99% dos projetos que chegam lá, para a gente, é em relação a investimento. A gente sempre acha que não vai ser preciso investir, apenas ter boas ideias. Eu tenho dificuldade de chegar para o cliente e dizer, cara a sua ideia, 200 mil pessoas já tiveram antes. É uma ideia fantástica, mas com três minutos de Google a gente encontra aplicada de uma forma muito melhor. Então, não é só a ideia, todo mundo tem ideia boa, mas, o mais importante, que a ideia boa, é como você vai executá-la. A maioria dos projetos que chegam para a gente, principalmente de profissionais de comunicação, é essa execução que falta. Você chega com uma ideia boa, às vezes você até tem uma verba para investir, mas na hora de executar, como você vai executar isso para que seja sustentável”, questionou Paulo Rebêlo.