Boletim Unicap

Mestrado em Desenvolvimento de Processos Ambientais conquista conceito 4 da Capes e se consolida como área de pesquisa de ponta

O Programa de Mestrado em Desenvolvimento de Processos Ambientais da Católica (PPGDPA) conquistou conceito 4 da Capes, numa escala que vai de 1 a 5. O resultado consolida um dos programas pioneiros do Estado, inaugurado em 2005. O programa está vinculado ao campo da Engenharia 2 (química) que, de acordo com dados da própria Capes, tem a maioria dos cursos (51,6%) concentrada na região Sudeste. Somente 20% estão no Nordeste.

A avaliação da Capes levou em consideração, entre outros aspectos, a infraestrutura dos laboratórios, corpo docente e discente, Biblioteca e a produção científica. Além dos laboratórios do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), que reúne as graduações em engenharias, o mestrado desenvolve estudos no Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais (NPCiamb). O laboratório é um grande complexo que reúne equipamentos importados, a exemplo de uma centrífuga alemã, um microscópio eletrônico japonês e biorreatores fabricados nos Estados Unidos.
A coordenadora do Mestrado em Desenvolvimento de Processos Ambientais, Profª Drª Galba Takaki, destacou que a estrutura da Unicap estimula a produção de pesquisas de ponta. Uma delas é o projeto Multiusuários, que reúne dois bancos de cultura. São coleções de com mais de três mil micro-organismos, sendo 450 recolhidos da Caatinga, ecossistema 100% brasileiro e único no planeta.
Banco de micro-organismos

“A Unicap é o órgão executor desse projeto que é desenvolvido juntamente com a Universidade Federal de Pernambuco e tem financiamento da Fundação de Amparo à Ciência e a Tecnologia  de Pernambuco (Facepe)”. Ainda segundo a professora Galba, esse patrimônio genético potencializa estudos acadêmicos e produção industrial. As coleções estão registradas na World Federation for Culture Collection (WFCC), sediada na Europa. Os estudos renderam a descoberta de duas novas espécies de micro-organismos.

Internacionalização – Aliás, a internacionalização é outro ponto forte do programa. A Católica tem firmado parcerias e acordos de produção acadêmica com importantes centros de pesquisas do mundo, a exemplo da Chiba University (Japão), Instituto Superior Técnico de Lisboa, Universidade do Minho-Braga (Portugal), Universitè Joseph Fourrier – Grenoble (França) e a University of Ulster (Reino Unido).
Essas parcerias têm se concretizado também na forma de intercâmbio. Em um deles, o aluno Rafael Kabroski Antunes passou três meses estudando na Bruneo West Side London University com o pesquisador Ian Garrard. Lá eles trabalharam no tratamento de um fungo visando a produção de um biodiesel. “Isso é muito importante para o desenvolvimento do aluno e do curso”, disse Kabroski, que é ex-aluno de Engenharia Química da Unicap.
A qualidade acadêmica da Unicap vem chamando a atenção de pesquisadores de outros países que acabam escolhendo a universidade jesuíta para aprofundar os estudos. É o caso da cubana Dayana Montero, 30 anos. Ela está fazendo seu estágio de pós-doutorado na Unicap. “A pesquisa que eu fazia lá em Cuba era muito parecida com a linha que a professora Galba desenvolve aqui. Mandei um email perguntando se ela aceitava trabalhar junto comigo e ela topou ser minha orientadora. Tem sido uma ótima parceria essa com a Unicap. São muitos recursos e muitos equipamentos a nossa disposição.
Essa ligação afetiva com a instituição também é forte para Rosileide Fontenele. Ela passou a frequentar o NPCiamb ainda em 2005 quando era aluna da licenciatura em Ciências Biológicas e fazia parte da Iniciação Científica (Pibic). Fez o Mestrado na Unicap, o doutorado na UFPE e retornou à Unicap para o pós-doc, onde também tem a orientação da professora Galba. “Toda a minha vida foi aqui. A Unicap me formou enquanto profissional. É uma relação muito proveitosa”.
Essa ligação das pessoas com a Unicap tem formado não só alunos, mas os professores da própria Casa. Almir Pires é docente do curso de Ciência da Computação e resolveu fazer o Mestrado em Desenvolvimento de Processos Ambientais. Uma das linhas do programa é justamente a de Informática, Modelagem e Otimização de Processos. “O futuro promissor na pesquisa é justamente aliar diferentes áreas”, disse Almir, que é orientado pela colega dele no corpo docente da graduação, Profª Drª Clarice Dayse.
Patentes – A produção científica do Mestrado em Processos de Desenvolvimento Ambiental da Católica tem sido inovadora para a indústria. O programa registrou sua primeira patente fruto da pesquisa do aluno Alan Souza. Ele criou um detergente natural produzido a partir de um micro-organismo capaz de degradar óleo diesel. Na prática, o material pode ser usado para despoluir águas contaminadas por este tipo de hidrocarboneto. Este projeto também teve a orientação da Profª Drª Clarice Dayse.
E muitas outras patentes estão por vir. Uma delas trabalha com o uso de micro-organismos visando a produção de energia elétrica. Quem está a frente do estudo é o ex-aluno do Mestrado Marcos Luna. Ele faz doutorado pela Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) que tem parceria com a Católica. A pesquisa dele é feita nos laboratórios do NPCiamb.
Rede – O PPGDA desenvolveu dois importantes projetos em rede. Entre eles, a Rede Norte Nordeste de Fungos Filamentosos (Rennorfun) que teve como princípio integrar pesquisadores dessas duas regiões que atuam, na sua maioria, com a biodiversidade em fungos filamentosos da caatinga dos estados da Paraíba e Pernambuco, como também de solos de preservação ambiental da Amazônia. “Tudo isso contribui para a formatação do nosso programa em nível de doutorado que está previsto para ser lançado em 2019”, afirma Galba Takaki.
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