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Intervenção na 10ª Semana de Consciência Negra aborda raça, gênero e políticas públicas

Por Isadora Crespo e Luiza Fruet

Raça, Gênero e Políticas Públicas. Esses foram os temas abordados pelo grupo de estudos e pesquisa na intervenção realizada, na tarde desta terça-feira (7), durante a 10ª Semana de Consciência Negra. Fazendo uso de balões e camisas pretas para simbolizar o luto, a intervenção teve o propósito de simbolizar o número crescente de vítimas de crimes de racismo, já que a juventude negra atualmente é a que mais sofre atos de violência contra si. Os balões foram espalhados pelo jardim do bloco G e traziam notícias sobre assassinatos de jovens negros, aumento da morte de mulheres negras e a violência policial com o intuito de chamar a atenção das pessoas para o genocídio da juventude negra.

 

A ex-aluna da Católica Raisa Almeida adiciona que 70% dos jovens mortos na sociedade são negros: “A gente tem os dados do mapa da violência agora de 2017 que mostra que a cada 100 jovens mortos na sociedade mais de 70 são negros. A gente está mostrando um dado alarmante. No caso de mulheres, as negras sofrem mais tipos de violência do que mulheres não-negras”. Além disso, Raisa frisa que o tratamento diferente entre jovens negros e não-negros acontece em outros momentos também: “A população negra é a que mais morre, a população negra é a que mais sofre para conseguir uma vaga de emprego, é a que é mais abordada dentro dos ônibus quando tem uma abordagem policial e essa abordagem também é dada de uma forma diferente a um jovem negro e um jovem não-negro, e vários outros tipos de violência, como casos de violência hospitalar com mulheres negras que recebem menos anestesia porque é dito que elas conseguem suportar mais dor do que mulheres não-negras.”.

 

A intervenção teve grande participação dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio do Liceu. Para a ex-aluna da Católica Thisbe Martins, formada em Serviço Social, é importante a participação de um público fora do âmbito universitário na intervenção: “Ficamos surpresos e gostamos de ter jovens discutindo porque é um tema que é sobre juventude, e estamos falando para a juventude. Então, a gente quer ver realmente como é que vai ser o resultado do processo deles, dos cartazes que estão fazendo. É interessante ver que essa discussão também chega nesses jovens”.

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