Instituto Humanistas promove palestra sobre Síndrome da Alienação Parental

A Síndrome da Alienação Parental foi novamente tema de debate na Universidade Católica. Promovido pelo Instituto Humanitas Unicap, o evento “Humanitas em Diálogo” teve como tema o questionamento: “Qual a Contribuição da Terapia Familiar na Síndrome de Alienação Parental?” O encontro aconteceu na última quarta-feira (26), às 19h, no auditório G1 da Universidade. A médica Virgínia Buarque conduziu o debate.

Síndrome de Alienação Parental (SAP) é o termo proposto por Richard Gardner em 1985 para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor. Quando da separação do casal, um dos cônjuges não consegue aceitá-la e desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Neste processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro.

O foco da doutora Virgínia, terapeuta familiar, foi a parceria entre a terapia e o judiciário.  “Nós, terapeutas familiares, vivenciamos como é difícil essa situação. Sabemos como proceder, mas, na prática, há impedimentos”, justifica, ressaltando a importância de a intervenção terapêutica estar amparada pela justiça.  Considerou um aspecto importante a prevenção, que resulta da dissociação da função conjugal da parental. “Ao terminar a relação tem que se atentar para os sentimentos de mágoa, solidão, frustração e fracasso. A separação tem de acontecer de forma responsável, respeitando a função parental”, complementa.

A função do terapeuta no tratamento da SAP é ouvir todas as verdades envolvidas no processo para construir uma nova verdade que preserve a função parental e que não seja alienadora. Alertou também sobre os riscos de o terapeuta se envolver na loucura do alienador. Para o pai ou mãe alienado é importante resgatar o passado e viver juntos bons momentos no presente. A médica deixou uma reflexão para os pais: “Não desistam dos filhos, a certeza para os filhos é fundamental para reconstruir o vínculo parental prejudicado”, finaliza.