Fórum Inter-religioso debate o Xamanismo
|O xamanismo foi tema da reunião do Fórum Inter-religioso, na tarde desta segunda-feira (16). O encontro sobre esta prática religiosa, que mantém relação do sagrado com estados alterados de consciência, realizado no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), teve como palestrantes a xamã (sacerdote do Xamanismo), Regina Oliveira, e a professora de história e mestranda em Ciência da Religião, Andréa Caselli.
Assim como as outras sessões, promovidas pelo Fórum, o momento foi utilizado para debater e desmistificar os rituais religiosos. “Nós temos aprofundado não apenas as grandes religiões, mas buscamos compreender o que há de experiência de Deus nos diferentes grupos”, frisou o coordenador do Mestrado em Ciência da Religião e organizador do evento, Gilbraz de Souza Aragão.
A história do xamanismo, como este surgiu e como é tratado aqui no Brasil, foram alguns dos pontos abordados durante o evento. Para que a plateia pudesse entender melhor a doutrina xamânica, foi apresentado um vídeo, produzido pelo mestre em Ciência da Religião e produtor audiovisual da Unicap, Luca Pacheco, mostrando a rotina dos xamanistas do Espaço Sagrado da Grande Mãe, localizado em Vitória de Santo Antão.
O xamanismo, que surgiu no paleolítico, é uma das manifestações espirituais mais antigas e não pertence a um determinado povo ou cultura. A sacerdotisa da Ordem Mística Xamânica, Regina Oliveira, destacou algumas características das práticas xamânicas. “O xamanismo não tem lideranças, não existe uma política, ocorre sim a relação diretamente do homem com a natureza.”
A xamã, também relatou a onipresença de rituais como o totemismo, que baseia-se na crença da influência de animais e plantas sobre determinado grupo de pessoas, em diversas religiões. “Ele está em todas as religiões porque o xamanismo é a base de todas as manifestações religiosas.”
A palestra foi encerrada com uma vivência de tambores xamânicos, tocando algumas músicas da doutrina para que a público conhecesse como é o trabalho do xamânico. Para a palestrante Andrea Caselli a possibilidade proporcionada pela Universidade Católica de Pernambuco de debater um ritual religioso que é pouco divulgado permite acabar com preconceitos. “A partir do momento em que um ser compreende a cultura e a religiosidade do outro, o respeito inter-religioso acontece.”