Boletim Unicap

Fonoaudiologia e Ciências da Linguagem promovem palestra sobre gagueira

img_0831No dia 22 de outubro de 1998 foi criado o Dia Internacional de Atenção à Gagueira. Esta data foi escolhida pela International Fluency Association (IFA – Associação Internacional de Fluência) e pela International Stuttering Association (ISA – Associação Internacional de Gagueira). E, em comemoração, o Conselho Regional de Fonoaudiologia (Crefono 4) e a Universidade Católica de Pernambuco promoveram, nesta quarta-feira (26), das 17h às 21h, uma palestra e algumas dramatizações feitas pelos componentes do grupo de crianças, adolescentes e adultos com gagueira. A organização do evento foi da professora Nadia Azevedo, com apoio do curso de Fonoaudiologia e dos Mestrado e Doutorado em Ciências da Linguagem da Unicap.

img_0827

Tatiana Cavalcanti, fonoaudióloga especialista em gagueira, explicou como funciona o projeto na Universidade. “Temos dois grupos de terapia da gagueira atualmente na Católica, que se reúnem às quartas-feiras:  o grupo de crianças é das 17h30 às 18h30 e o de adulto é das 18h30 às 20h. Quem precisar pode vir, não precisa marcar consulta ou triagem, pode procurar os responsáveis pelo grupo e aí eles já fazem a avaliação e já são encaminhados para o tratamento. O projeto funciona desde 2007, ligado ao Mestrado e Doutorado em Ciências da Linguagem e ao curso de Fono. Então, os pacientes não têm custo nenhum e fazemos o tratamento completo”.

O Boletim Unicap conversou com alguns adultos que apresentaram a dramatização e enfrentam essa dificuldade de gagueira:

“Uma situação que vivenciei na sala de aula, na escola, quando uma professora minha estava fazendo um debate e, quando chegou na minha vez e fui falar meu ponto de vista, ela não me deixava falar por conta da gagueira e isso me marcou muito. Ela não teve ética como profissional”, conta Gizelina Marques da Silva.

Devison Lima comentou sobre a sua apresentação. “Já estou no grupo há quase um ano e, sobre hoje, o que foi proposto para a gente foi fazer uma simulação para dizer como são algumas coisas em nosso dia a dia. Na minha apresentação, a gente vai simular dificuldade de uma pessoa que gagueja em seu local de trabalho”

André Luiz explicou como seria a sua apresentação. “A gente vai trazer uma demonstração de um vendedor que tem problema de fluência e um cliente que tem o seu preconceito e a sua impaciência e, sempre vai ficar completando a palavra do vendedor. No começo, o vendedor vai ficar um pouco chateado, mas não vai demonstrar que está chateado e, no final, quando ele travar em uma palavra eu vou ficar rindo da cara dele e vou virar as costas. Nesse caso, ele vai ficar bem chateado, mas não demonstra e, é quando vira as costas que vai começar a se queixar dele mesmo e vai querer começar a se perguntar por que ele gaguejou na hora e, isso é pra gente aprender no nosso dia a dia que não é pra ficar completando a palavra de ninguém, é pra deixar a pessoa falar que mesmo ele travando, no momento certo, vai sair. É então, uma forma de mostrar respeito e a educação que a gente aprendeu com a mãe da gente.”

Daniel Filho também comentou sobre um caso em que o gago sofre preconceito. “Faço parte do grupo de terapia de fono desde 2013. Vou encenar aqui uma situação real que acontece muito numa entrevista de emprego. Vou representar a empresa e não vou contratar a outra pessoa porque ela é gaga, simplesmente por isso, não vou olhar mesmo que ela tenha uma qualificação profissional, mas eu vou descartar isso e vou agir preconceituosamente e vou dizer que ela não está apta para o cargo porque, simplesmente, é gaga.

 

campanha-da-gagueira-2016

print

Compartilhe:

Deixe um comentário