Boletim Unicap

Ex-gestor do HR faz palestra no curso de Gestão Hospitalar da Católica

A disciplina de Políticas de Saúde, do curso Superior Tecnológico em Gestão Hospitalar da Unicap, ministrada pela coordenadora do curso, professora Maria Luiza Timóteo, promoveu na noite da terça-feira (29), na sala 711 do bloco B, a palestra com o médico membro da Associação Brasileira dos Centros de Informação Toxicológica (Abracit), médico clínico da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e médico da Perícia Médica do Ministério da Saúde, Dr. Américo Ernesto de Oliveira Júnior. O tema abordado foi  “Relato de uma experiência na gestão do Hospital da Restauração e a importância da formação em Gestão Hospitalar”.

O Dr. Américo Ernesto Júnior abordou na palestra, para os alunos do curso de Gestão Hospitalar, sua experiência como gestor na área de saúde, em hospitais, clínicas e laboratórios.

“Eu tive essa experiência, de gestão, no Hospital Barão de Lucena; em um laboratório privado, a convite de um amigo, onde eu fiz até a tabela de preços, porque tinha uma divergência nos preços que era um negócio absurdo; em seguida eu assumi o Ceatox – Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco e consegui fazer o serviço crescer, ganhar credibilidade e ganhar espaço positivo na mídia; participei da criação do Comitê de Ética do HR, Hospital da Restauração, e também como diretor do HR por dois anos”, explicou Dr. Américo.

Seu foco, na palestra, foi na experiência que vivenciou como diretor geral do HR – Hospital da Restauração, de janeiro de 2007 a abril de 2009. Em suas palavras disse que para se gerir um hospital como o HR é preciso conhecê-lo bem, circular por todos os setores e entender os processos administrativos que o serviço de saúde pública demanda, como produção hospitalar, recursos humanos, recursos financeiros, entre outros.

“Eu entrei, no HR, na emergência e, no meu atendimento, eu visitava e evoluía doentes nas várias enfermarias, na urgência, na UTI e na pediatria e fui conhecendo a estrutura, como é que ela funciona. Outra coisa difícil, depois que a gente conhece, é quebrar aquelas mazelas, aqueles maus costumes, aqueles vícios, mas sempre foi assim. Uma vez fizemos uma reunião para explicar nosso projeto e uma enfermeira disse: isso não vai dar certo. Ou seja, você já vai encontrar pessoas que têm medo da novidade, da mudança”, afirmou Dr. Américo.

“Outra grande dificuldade que a gente encontra é na hora de pagar as contas. Muitas vezes, quem está no nível central, que controla o dinheiro, que sabe quando o dinheiro chegou, ele já está programado para repassar, por mês, 1/12 do dinheiro orçado e liberado para a unidade de saúde. E aí o gestor vai ver, do dinheiro que chegou, o percentual para pagar os fornecedores. Na realidade, o hospital não recebe pelo procedimento que faz. Ele faz uma conta como se recebesse e se, por exemplo, um procedimento de colocação de uma prótese abdominal, que o hospital não está habilitado a realizar, ele não pode fazer. Porque se fizer, o dinheiro para pagar o procedimento não estará disponível no orçamento, vai faltar para outros procedimentos que o hospital está habilitado a fazer”, esclarece.

“O gestor que é o ordenador de despesa é aquela pessoa que dá o OK ao que precisa pagar, que no caso do HR é o diretor geral. Depois que sai, passa cinco anos ainda podendo, correr o risco, de responder por alguma improbidade administrativa, sem direito a advogado do Estado. Ele é gestor do Estado, gestor público, aconteceu no exercício da profissão, representante daquela instituição, ele vai para a Justiça e precisa se virar para se defender”, finaliza Dr. Américo.

Após a palestra, o Boletim Unicap, conversou com a coordenadora do curso e professora da disciplina, Maria Luíza Timóteo sobre a importância da participação de profissionais de gestão hospitalar para o curso.

“Dr. Américo é um profissional muito experiente e um profissional da casa. Ao longo dos módulos do curso de Gestão Hospitalar a gente pretende trazer sempre um convidado especial, que tenha uma boa experiência com a gestão de um hospital e nós começamos com ele. A sua vida na área de saúde foi dentro da gestão, como ele mesmo disse num hospital de grande porte como a Restauração, ou de um pequeno laboratório, uma pequena clínica, onde ele começou a atividade profissional dele. Essa troca de experiência é muito importante para o aluno, porque ele vai vendo um pouco da realidade do local onde ele vai trabalhar. Aqui, no curso, nós temos alunos que já trabalham em hospital, que têm uma formação na área de saúde e nós temos alunos que ainda não têm. Por esse motivo, a contribuição é imensa. Essa palestra foi realizada pela disciplina de Políticas de Saúde, ministrada por mim. Uma disciplina que aborda a história e organização do sistema de saúde no Brasil, especialmente o Sistema Único de Saúde hoje e vamos conhecer as principais políticas de saúde do Brasil e, dentro da disciplina, vamos ter alguns convidados que vão fazer relatos de experiência.”

Ivone Marques Pereira, aluna do curso Superior Tecnológico em Gestão Hospitalar da Católica. A palestra dele foi bem interessante.  A gente começou este curso sem muita noção do que é uma gestão. Ele (Dr. Américo) já vem com base, já vem com estrutura, ele já foi gestor, então pra gente foi uma aula que tirou muitas dúvidas em relação a gestão. Porque, até então, a gente vê a teoria de como deveria ser e as nossas dúvidas sobre a prática ele tirou, nos estimulando para entrar em campo.

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