Evento promovido pelo Crefono discute a dislexia
|A Católica sediou, na noite desta terça-feira (10), no anfiteatro do bloco G4, uma roda de conversa sobre dislexia que teve como convidada a Profª Drª Bianca Queiroga, do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O evento, promovido pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia (Crefono 4) com apoio da graduação em Fonoaudiologia da Unicap, faz parte da programação da semana dedicada a esta disfunção que dificulta o aprendizado da leitura e da escrita.
Ao longo da sua explanação, Bianca destacou a importância do diagnóstico e intervenção precoces no início da escolarização para que os impactos no desenvolvimento da criança sejam reduzidos. Ela explicou também que uma das características da dislexia consiste na dificuldade persistente em aprender a ler e a escrever e, consequentemente, de se alfabetizar.
“A leitura e a escrita são novas modalidades de comunicação a serem adquiridas pela criança. As dificuldades em torno do ensino e aprendizagem são, até certo ponto, naturais”, disse Bianca chamando a atenção para problemas de metodologia, qualidade da educação e adaptação do cérebro humano para o letramento. “Para a gente falar sobre dislexia, é preciso refletir sobre esses temas”.
De acordo com a pesquisadora, a leitura apresenta duas rotas de decodificação: a fonológica e a lexical. A primeira ocorre quando a criança está aprendendo a ler ou quando um adulto desconhece a palavra e se oraliza sílaba por sílaba. A segunda é a leitura convencional através da visualização da palavra e compreensão sem pronuncia-la. “O leitor proficiente alterna bem essas duas rotas, mas dá preferência à rota lexical”.
Outro fator que representa dificuldade de aprendizado é a questão da irregularidade da língua materna. Bianca citou o italiano como sendo uma língua com mais palavras regulares que o francês, que apresenta mais variações e consequentemente é mais difícil de aprender.
Bianca apontou ainda que a precisão do diagnóstico de dislexia depende da atuação integrada de vários profissionais a exemplo de pedagogos, psicólogos, neuropsicólogos, pedagogos, neurologistas, psiquiatras, fonoaudiólogos e linguistas. “Todos nós temos habilidades, parte determinada pela genética, parte pelo ambiente. Com a escrita e leitura é a mesma coisa. No caso da dislexia, há um impacto social e cobranças muito fortes. A dislexia não tem cura, mas tem superação”.