Estudantes de Teologia discutem o rádio pernambucano
O jornalista Francisco Carlos Albuquerque foi o convidado desta quarta-feira (6) do projeto “Teologia em Diálogo com a Comunicação”. Ele é vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco e assessor de imprensa do Sindicato dos Médicos de Pernambuco. Exerce o jornalismo há 30 anos. Metade desse tempo foi dedicado ao rádio, assunto que permeou o encontro com os estudantes do curso de Teologia. O projeto é promovido pela coordenação do curso de Teologia em parceria com o Instituto Humanitas Unicap e a Assessoria de Comunicação da Universidade.
Francisco Carlos trouxe alguns áudios de momentos inusitados do rádio pernambucano, ouviu e contou histórias engraçadas sobre esse meio. Uma delas envolveu uma narração de um jogo de futebol.
O locutor está falando: “…foi, chutou, pra fora”.
Alguém corrige: “..não foi fora, entrou no gol.”
O locutor volta: “..a bola que eu disse pra fora foi gooooool”.
Segundo o jornalista, são fatos como esse que ajudam o rádio a ser um veículo tão fascinante, que sobrevive mesmo com as inovações da tecnologia. O jornalista lembrou do ex-arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Camara, que soube usar bem o rádio, para transmitir suas crônicas, intituladas Um olhar sobre a cidade.
Algumas dificuldades que o convidado apontou para a prática do radialismo atualmente foram o fato de as redações estarem com cada vez menos profissionais e a necessidade de se alugar um horário na grade da programação, quando no passado os profissionais eram pagos para trabalhar nas rádios. A tecnologia terminou por criar mais um problema, pois hoje é possível conduzir um programa pré-gravado, em mp3, sem a presença real de um locutor em estúdio.
Segundo o jornalista, ainda é possível trabalhar no rádio, com a verdade, que é responsável pela conquista da credibilidade e do respeito do público. Ele concluiu citando as ideias de Paulo Freire, segundo as quais a comunicação é um diálogo, pensamento que deve nortear não apenas o rádio como toda a mídia
