Entrevista especial com a host do TDC Yara Senger
|A Universidade Católica de Pernambuco sediou a primeira The Developer’s Conference realizada no Norte e Nordeste. Ao longo de três dias de intensa programação pela manhã, tarde e noite, 3.400 inscritos participaram de 40 trilhas. Palestras, workshops e muito networking em torno de empresas e profissionais das mais diversas áreas da Tecnologia da Informação. O pavilhão montado no estacionamento dos alunos atraiu muita gente interessada em saber mais sobre os parceiros do evento. Organizar e realizar tudo isso não foi tarefa fácil para a equipe liderara pela host e diretora educaional do evento Yara Senger. Entre uma atividade e outra, ela encontrou tempo para dar uma entrevista ao Boletim Unicap na qual fez um balanço da edição do Recife e relembrou a trajetória do TDC. Confira abaixo:
Boletim Unicap – Como surgiu o TDC?
Yara Senger – O evento surgiu em 2007 com o objetivo de ter uma divulgação e propagação de conhecimento na empresa de treinamentos Globalcode. A gente começou fazendo eventos para divulgar especificamente a tecnologia Java. Em 2010, a gente se uniu com mais comunidades e juntando a força da comunidade Java, Phyton, PHP, Web, Android criamos um evento diferente, foi uma reinvenção do evento aonde ele passa ser uma plataforma de inovação aberta. O conteúdo já não estava mais no nosso controle, a gestão das trilhas já não estava mais no nosso controle e holofote não estava mais apenas na nossa empresa. Foi quando nós abrimos as portas do evento para que outras comunidades viessem organizar pequenos eventos dentro do TDC. Então em 2010, nós tivemos essa transformação, começamos com dez trilhas fazendo evento para mil pessoas e a partir daí ampliamos cada vez mais. Reunimos pessoas complementares, juntamos forças para atingir um objetivo comum. Essa é a história do TDC, uma história de compartilhamento para um objetivo comum.
B.U – O histórico do TDC revela um envolvimento com profissionais e empresas desenvolvedoras. E a academia? Como ela se envolveu com o TDC?
Y.S – A relação com a academia começou com alguns amigos que eram professores. A partir da infraestrutura que a academia permite acaba tendo muita sinergia com o que a gente precisa. Aqui na Unicap, por exemplo, estamos usando entre 15 e 20 salas para poder fazer todas as atividades. Ao invés de irmos a um centro de convenções com poucas salas grandes, as universidades acabam fazendo mais sentido porque tem um número de salas maior e de vários tamanhos diferentes, o que fica bem propício para a realização do TDC. Alguns professores participam como coordenadores e palestrando, mas a missão do evento é um pouco mais corporativa. A gente interage muito com as empresas de tecnologia, atraindo profissionais sêniores com mais de seis, dez anos de mercado. No entanto, tem sido uma nova experiência (a do TDC Recife) essas atividades focadas no público de estudantes que a gente está realizando aqui na Unicap, uma experiência muito positiva que a gente sentia falta de tocar mais na vida dos alunos, interagir mais fortemente com eles.
B.U – E como tem sido a acolhida na Unicap?
Y.S – Tem sido fantástica! Não tenho palavras para agradecer a pessoas como a Nalva (Nalva Almeida é chefe da Divisão de Manutenção Predial –DMP -, que cuida da infraestrutura da Universidade) e equipe que tem nos recebido e atendido demandas infinitas. O apoio dos professores, dos alunos, do Márcio (Márcio Waked, Pró-reitor Administrativo) que tem sido uma peça-chave de trazer motivação, de trazer novos temas, de viabilizar cada vez mais essa interação. Essa acolhida na Universidade foi simplesmente fantástica.
B.U – Essa é a primeira vez do TDC no Norte e Nordeste. Em alguma medida, esta edição surpreendeu vocês?
Y.S – Muito! As surpresas aqui não param. A cada visita uma nova surpresa, a percepção da força da comunidade, da energia, da empolgação das pessoas. Percebo muito as pessoas querendo que aconteça, querendo que seja um sucesso, querendo trazer a fonte de conhecimento, participar, colaborar, ajudar. A gente se surpreendeu bastante com o grau de envolvimento e participação dos alunos, dos professores. A nossa expectativa inicial era de 2.100 pessoas e estamos em 3.400 pessoas. Foram 40 trilhas, 110 coordenadores de conteúdo e mais de 400 palestrantes, mais de 90 voluntários. Foi uma equipe bem grande se mobilizando para fazer isso acontecer, realmente uma prova da força do coletivo. Quando todas as pessoas estão olhando para a mesma direção, envolvidas com um objetivo em comum, é possível observar o quanto que é possível ser feito.
B.S – A programação do TDC não aborda a tecnologia pela tecnologia, mas há uma preocupação com a função social que a tecnologia exerce nas relações de hoje…
Y.S – A gente tenta trazer mensagens paralelas de missão e valores, de inclusão, de diversidade, de propósito e como as pessoas podem, dentro da sua carreira, dentro da sua vida profissional, também encontrar missões, encontrar formas de resolver problemas do nosso dia a dia. A tecnologia não é fim, mas meio para a resolução dos problemas.