Engenheiro francês desenvolve atividades na Unicap-Icam International School
|Quem frequenta o Pavilhão Maker não deixou passar despercebida a presença do engenheiro francês Rémy Ducros, de 30 anos. De perfil discreto, ele era presença certa nas atividades do local quando não estava concentrado em suas atividades no Laboratório Maker. Ligado diretamente ao Institut Catholique d’Arts et Métiers (Icam), da França, onde atua no controle de qualidade dos laboratórios da instituição nos campi de Bretagne, Lille, Nantes, Paris-Sénart, Toulouse e Vendée, ele realizou uma consultoria de duas semanas Unicap-Icam International School. E com gostinho de quero mais. A missão de Rémy foi alinhar os trabalhos dos laboratórios da Unicap-Icam com o Icam, instituição em que a Católica é parceria e juntas formam uma escola internacional de engenharia.
Em entrevista ao Boletim Unicap, o francês revelou que teve três missões no Brasil. A primeira foi encontrar e conhecer a equipe do Recife, com quem deve manter contato frequente em videoconferências sobre as experiências nos laboratórios. A segunda delas foi fazer e fabricar ideias. Já a terceira e última, talvez, tenha sido a mais marcante: produzir materiais de demonstração para os professores utilizarem junto aos alunos. “Todas as unidades do Icam possuem, em geral, os mesmos equipamentos no fab lab (em inglês, fabrication laboratory). Mas as experiências e os materiais são diferentes, de acordo com os desafios e realidades de cada região. Essas experiências são compartilhadas pelo intercâmbio”, disse Rémy, que além da França, atuou por três anos no campus do Icam em Chennai, na Índia.
Um dos materiais que Rémy se orgulha é uma ferramenta planejada para aulas de resistência e torção, comuns em cursos como o de Engenharia Civil. Para o experimento, Rémy utilizou um material utilizado em piscinas (popularmente chamado de macarrão) com madeira em MDF (em inglês, Medium Density Fiberboard) cortada em uma impressora a laser do próprio Laboratório Maker. “Esse material pode ser desenvolvido com a mesma ideia em outro campus do Icam, mas com outras matérias-primas locais. A primeira ideia é que o estudante tenha a precisão do problema. É muito eficiente esse modelo também para dar capacidade de inovação ao professor”.
A diretora do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), a professora Andréa Câmara, destacou que Rémy conheceu todos os laboratórios onde os estudantes do curso de Engenharia da Complexidade, pioneiro no Brasil, deverão ter suas atividades. Segundo ela, a presença do francês permitiu a fabricação de ferramentas que deverão ser utilizadas em sala de aula. “Nós (os professores e Rémy) fabricamos muitos equipamentos que poderiam ser comprados. Nós fizemos uma fabricação própria aqui. Isso nos deu uma outra perspectiva, tanto aos professores quanto aos alunos. Afinal de contas, nós já estamos trabalhando no tipo de lógica que vai ser utilizado no curso. Ou seja, a gente tem um problema, a gente prototipa e a gente resolve”, destacou a professora, reforçando que o francês também fará uma articulação permanente da Unicap-Icam com os outros laboratórios do Icam no mundo.
Além da Unicap-Icam, Rémy também visitou outros laboratórios nos moldes do Maker no Recife, como os localizados no Porto Digital, um dos maiores polos de tecnologia do país. A intenção foi ampliar as parcerias entre a organização e a Unicap-Icam International School. “Podemos compartilhar não só equipamentos, mas experiências”, frisou Rémy. Sobre a Unicap-Icam, o francês repetiu mais de uma vez o que lhe mais marcou: a boa recepção de professores e funcionários da instituição. “Eu amei a atmosfera daqui, os estudantes daqui. Eu me senti muito acolhido pelos professores. Eu me senti em casa”. Sobre um possível retorno à Unicap-Icam, ele apenas sorri, com uma feição de quero mais.