Em minicurso, Jô Mazzarolo fala sobre desafios do telejornalismo
|Texto: Milenna Gomes
Em minicurso realizado na manhã desta terça-feira 6), último dia do Intercom 2011, a diretora de jornalismo da Globo Nordeste, Jô Mazzarolo, falou sobre TV digital, interatividade e compartilhou experiências adquiridas no telejornalismo em 28 anos de profissão.
De início, a jornalista fez, praticamente, um resgate de memórias. Relembrou os prazeres e dificuldades em trabalhar com câmeras de videotape, betacam, digitais e, atualmente, HD. Com isso, abriu uma discussão sobre a postura dos jornalistas de hoje. Para a diretora, os equipamentos evoluíram, mas o profissional em comunicação permaneceu o mesmo. “Ainda são feitas, em entrevistas, perguntas iguais as dos anos 70”, comentou.
Quanto à interatividade, Jô destacou o papel do telejornalista como o responsável por apurar e desdobrar as colaborações em video que os telespectadores enviam para as redações. Ela ressaltou, ainda, que comunicadores se omitem da responsabilidade com a comunidade por trás do escudo da isenção. “Muitos correm atrás de uma nota pé para a matéria por obrigação e, por isso, aceitam qualquer resposta, sem se importar, realmente, se aquilo é o correto a ser passado para a população”. Nesse instante, risos “sem graça” de identificação puderam ser vistos nos rostos de quem estava ouvindo.
Jô não deixou de lembrar da importância do contato pessoal com a fonte, costume perdido com as vantagens da tecnologia. Hoje, a maioria das produções são feitas pelo telefone e personagens encontrados na internet. Mas, ela ressalta: “A internet tem muita coisa ruim, no entanto também é um lugar no qual coisas incríveis e de qualidade podem ser encontradas”.
E para Jô, quais seriam os principais desafios do telejornalismo pernambucano? “Se renovar todos os dias e encontrar profissionais criativos, criteriosos, informados”, afirma. Para isso, acredita, o papel da universidade é fundamental, mas com uma ressalva. “Ela deve trabalhar mais o indivíduo do que a técnica”.
A diretora de jornalismo da Globo Nordeste ainda esclareceu a polêmica que surgiu durante a palestra da repórter global Zileide Silva, também no Intercom. Nessa ocasião, a palestrante foi questionada por alguém na plateia sobre a veracidade de algumas matérias da emissora em que trabalha. Para exemplificar, a pessoa citou uma reportagem sobre drogas no centro histórico do Recife e insinuou que tudo teria sido forjado. Jô garantiu que as imagens foram feitas de maneira que não houvesse margens para interpretações.