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Economia criativa é tema de palestra na I Semana de Arquitetura e Urbanismo da Católica

I Semana de Arquitetura e Urbanismo da Católica

Economia criativa e espaço urbano. Reflexões sobre o quadrilátero do Bairro de Santo Amaro foi o tema da palestra da professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, Andrea Storch, na I Semana do curso, nesta segunda-feira, dia 12, às 9h30, na sala 306, 3º andar do bloco D.

I Semana de Arquitetura e Urbanismo da CatólicaEm uma sala lotada de alunos, principalmente do 2º e 5º períodos do curso de Arquitetura e Urbanismo, a professora Andrea Storch, acompanhada das arquitetas coautoras do estudo Joana Pack e Andréa Gati, começou sua palestra com o seguinte questionamento: “O que entendemos por economia criativa?” Apresentou o conceito de “Ilha de criatividade e fábrica de experiências”, citando o exemplo desenvolvido na LXFactory, em Lisboa, Portugal, que transformou a indústria de 23 mil m2 numa ilha criativa ocupada por empresas e profissionais da indústria das áreas de moda, publicidade, comunicação, multimídia, arte, arquitetura, música, etc. Esta ação vem gerando uma dinâmica que tem atraído inúmeros visitantes a redescobrir esta zona onde se localiza a antiga fábrica.

A palestrante conceituou o termo economia criativa como: “formas de interações entre os sujeitos sociais que geram ‘modelos’ de negócio e de gestão que tem origem em atividades, produtos ou serviços desenvolvidos a partir do conhecimento. Criatividade ou capital intelectual de indivíduos visando à geração de trabalho e renda e qualidade de vida.”

Continuando, a professora Andrea Storch falou: “O exercício da imaginação aliado à prática do conhecimento coletivo tornaram-se o mais importante ativo da Era Digital: o capital cognitivo, que vai além do capital intelectual, dada a imensurável capacidade humana de ser criativa, imaginativa e de adquirir novos conhecimentos constantemente. Nesse novo ambiente de conectividade, a economia recria-se de forma criativa, deixando para trás as práticas da competição predatória ditadas pelo individualismo, para adentrar numa atmosfera de concorrência salutar, de compartilhamento, de apoio, de voluntariado e de senso de coletividade.”

Na sequência, foram respondidas algumas questões sobre a Economia Criativa.

Como este conceito pode subsidiar a renovação urbana ?

Reciclagem da cidade construída para adequá-la ao permanente processo transformação e as suas formas de apropriação social, artística e cultural.

Como as atividades criativas podem qualificar os espaços urbanos?

Práticas sociais e ambientais que propiciem uma mudança na qualidade do espaço urbano, inversão do paradigma do projeto dos objetos como organizador dos usos para as atividades criativas como construtora dos espaços ênfase no programa.

Como as atividades criativas podem qualificar os espaços urbanos?

Reconhecimento e consideração do sítio histórico como um lugar socialmente construído, patrimônio como fonte de conhecimento, o cuidado com o seu acervo e suas memórias. Transformação espacial em várias escalas de intervenção.

Como evitar os riscos construção de um processo de “gentrificação” decorrentes das novas formas de praticar o lugar?

A economia criativa oferece oportunidades para descobertas, experiências e novidades sem abrir mão de sua identidade. A identidade entendida como metamorfose. Está sempre se transformando, mas mantém sua essência.

Após a conceituação, professora Storch falou sobre o projeto Economia Criativa no quadrilátero do Bairro de Santo Amaro. Começo perguntando: Por que? Para quem? Como? Para que?

Por que?

Porto Digital – âncora

  • Área de centro
  • Trabalho/ negócios/ parcerias
  • Expansão econômica:
  • Expansão espacial
  • Proximidade física: santo amaro
  • Morar próximo ao trabalho
  • Infraestrutura urbana pré-existente
  • Frente d’ água subutilizada
  • Tipologia de quadra fechada
  • Economia de meio dia- infraestrutura ociosa nos fins de semana e feriados
  • Grandes equipamentos-empresas
  • Ruas e calçadas estreitas
  • Pouca permeabilidade
  • Edificações de uso residencial
  • Galpões abandonados
  • Lotes desocupados
  • Centralização de vagas de estacionamento em um grande lote
  • Pouca vegetação
  • Ausência de espaços públicos de qualidade
  • Falta locais de estacionamento
  • Diversidade tipológica

 

Para quem?

Quem está + quem vai chegar

  • Empresas + moradores + usuários
  • Mais empresas e seus funcionários,
  • E seus parceiros da economia criativa
  • A indústria se abastece da arte e da cultura
  • Arte ligada ao mercado

 

Como?

A partir do reconhecimento da cidade e de sua dinâmica

  • Territórios de oportunidades – Santo Amaro versus Porto Digital
  • Projeto de áreas (pode ter efeito multiplicador)
  • Qual o instrumento?
  • Operação urbana consorciada.

§ 1º do artigo 33 da Lei Federal nº 10.257/01: “Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo poder público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental”.

Experiências internacionais de parceria público-privada, como as Zones D’Ampenagement Concerte ZAC, ou “Zonas de Ocupações Concertadas”, que surgiram na França, na década de 70 do século passado.

Áreas de atuação:

Tecnologia; fotografia; artes digitais; artes plásticas; dança; publicidade; cinema; música, design; comunicação e marketing. Tudo acontecendo ao mesmo tempo no mesmo território.

Finalizando a apresentação, a professora Andrea Storch respondeu a última pergunta.

 

Para que?

  • Para a cidade ter vida!
  • A economia criativa gerando um território criativo
  • Para as pessoas se encontrarem
  • Despertar o bem estar e o sentimento de agradabilidade no espaço público

A I Semana de Arquitetura e Urbanismo da Católica está sendo realizada de 12 a 15 de agosto no campus da Universidade.

Veja abaixo a apresentação completa realizada pela professora Andrea Storch.

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