Boletim Unicap

Debates e opiniões marcam o último dia do Congresso de Educação Jesuíta

Fotos: Marina Maranhão e Rafael Sabóia

A análise a respeito do que foi discutido e debatido durante o Congresso de Educação Jesuíta marcou o último dia do evento. As conclusões foram apresentadas durante uma mesa redonda composta pelo Padre Eduardo Henriques, Reitor do Colégio São Francisco Xavier; Padre Sérgio Eduardo Muriucci, Coordenador do Colégio Anchieta (RS); e por Raimunda Cadó, coordenadora do Fé e Alegria (RN).

 Outro ponto no debate foi interpretar o que ficou entendido sobre os ‘eixos social, cultural, espiritual e pedagógico’.

Pe. Eduardo Henriques falou sobre as principais fronteiras encontradas na educação jesuíta. Ele também ressaltou a importância do estudo da espiritualidade de Santo Inácio para a compreensão da educação jesuíta. Em seguida, Raimunda Cadó baseou a sua síntese nas teses do escritor Leonardo Boff.

Ela relembrou o eixo da espiritualidade Inaciana na compreensão do significado da palavra “VIDA”, no sentido de entendermos quem somos e para onde vamos ao fim de nossa missão. Cadó também analisou os eixos cultural, social e pedagógico, com base em Boff.

 No eixo cultural, Cadó explorou a questão das fronteiras criadas entre diversas culturas, em especial a cultura latina americana. Já no Social, identificou fronteiras nas desigualdades entre povos relembrando a fala do Pe.Ignácio Suñol, onde ele disse em seu pronunciamento também na última quarta-feira(13), que os países que se dizem desenvolvidos e que teoricamente não teriam problemas de desigualdade social são os que, “na realidade mais o têm”. E no eixo pedagógico, a coordenadora avaliou as fronteiras encontradas na formação dos educandos jesuítas ou não. Ela abordou a questão da falta de consideração de órgãos públicos com relação a profissionais que dão a vida, para passar conhecimento às pessoas e que não recebem o respeito necessário. Ainda falando do eixo pedagógico, Cadó se emocionou ao rememorar a sua trajetória até o ensino superior.

O último a relatar a sua síntese  foi o Padre Sérgio Eduardo Mariucci, que abriu o seu discurso abordando a questão do preconceito que as pessoas têm quando dão rótulo a alguma coisa, sem ao menos conhecê-la, fazendo referência ao que disse o Padre Alfredo Sampaio, professor de Teologia da PUC (RJ), em sua palestra na última quinta-feira, onde expôs a questão de que o “ser humano deve conhecer a si mesmo primeiramente, antes mesmo de procurar entender o ser que o cerca. O homem deve entender que as pessoas pensam diferente dele”.

Após a apresentação das sínteses sobre os resultados obtidos durante o congresso, foi realizada uma nova série de discussões com enfoque nas perspectivas da educação no Brasil. Participaram desta rodada de comentários o Padre Alfredo Ferro, representando a Conferência dos Provinciais da América Latina; Padre Pedro Rubens, Reitor da Unicap e representante da  Associação das Universidades Jesuítas da América Latina; Padre Guido Kun, representante da Federação Latina Americana da Companhia de Jesus; a professora da Unicap Graziela Almeida, representante da Federação Internacional de Fé e Alegria e o Padre Carlos Fritzen, diretor nacional do Fé e Alegria Brasil.

 A professora Graziela foi a coordenadora das discussões sobre a educação no Brasil e abriu a cerimônia saudando os congressistas e falando um pouco do que representou para ela, ter participado do Congresso de Educação Jesuíta. Em seguida a breve fala da professora tomou a palavra o Padre Alfredo Ferro, que expôs as suas conclusões de seus trabalhos realizados no congresso. O reverendo também relembrou o que foi dito nas sínteses de conclusões sobre o congresso apresentadas por seus colegas anteriormente ao início das discussões sobre educação.

 Depois da fala de Pe. Afredo foi à vez do Reitor da Universidade Católica de Pernambuco, Padre Pedro Rubens, abordar as suas conclusões sobre o que ficou de bom nos debates sobre educação jesuíta durante todo o congresso e o que aprendeu com o evento e da felicidade que foi para a Universidade estar participando desta empreitada no estado de Pernambuco, do grupo Fé e Alegria, que tem sua sede no estado, na Unicap.

Padre Rubens também ressaltou a importância do trabalho voluntário e de evangelização dos educandos jesuítas no Brasil. O Reitor disse que foi através do congresso que pôde compreender melhor o que é ser realmente brasileiro. Ele fez alusão ao cultural no qual as pessoas em geral não entendem que fazem parte de uma mesma identidade cultural, mas mesmo “sabendo” disso, continuam criando fronteiras entre si, mesmo fazendo parte de um mesmo país. “Eu não me sentia brasileiro no Brasil. Só fui entender que sou brasileiro, quando fiz uma viagem à França, onde fui realmente tratado como brasileiro, mas em visita a outros estados do Brasil, eu sempre era chamado de o nordestino, o cearense de cabeça chata”, contou ao comentar das fronteiras culturais criadas pelos próprios brasileiros.

Depois de Padre Pedro, quem falou foi o Padre Guido Kun. Ele abordou em seu discurso a questão da qualidade atual do ensino jesuíta no Brasil. Apontou pontos positivos e negativos de nosso sistema educacional, no modo como os educandos estão trabalhando a evangelização e concluiu sua participação falando da tentativa da Companhia de Jesus de criar novas instituições jesuítas, com o propósito de ajudar a melhor à qualidade de ensino.

 A série de discussões a respeito da educação no Brasil foi concluída com a participação do Padre Carlos Fritzen, que definiu o Congresso de Educação Jesuíta, como sendo uma “Metamorfosis e Veredas”.

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