CURTA-METRAGEM DE LEO TABOSA É PREMIADO NO FESTIVAL DE CINEMA DE TRIUNFO
|O Assessor Cultural da Universidade Católica de Pernambuco, Leo Tabosa, acabou de ser premiado na sétima edição do Festival de Cinema de Triunfo, que foi realizado entre os últimos dias 4 a 9 de agosto, no Sertão de Pernambuco. Com o documentário Tubarão, Leo arrematou a 13° premiação da obra. Dessa vez, ele foi agraciado com o prêmio de Melhor Direção de Curta-Metragem. O prêmio de melhor Longa do festival ficou com o filme Tatuagem, de Hilton Lacerda. Jornalista e historiador por formação, com as graduações concluídas na Católica, Leo Tabosa se especializa em Estudos Cinematográficos. Ele revela que foi muito importante para o seu trabalho o reconhecimento do júri: “É muito gratificante ganhar num festival genuinamente pernambucano, democrático, que é reconhecido nacionalmente e no qual concorrem cineastas iniciantes e consagrados, como Hilton Lacerda”, afirmou. O filme conta a história de um personagem norte-americano que mantém uma relação constante de estranhamento com o Brasil. Há décadas morando em Pernambuco, ele não suporta o “caos brasileiro” ao mesmo tempo em que diz que não conseguiria sair do país. Após a morte do seu companheiro, um jovem que foi vítima de um ataque de tubarão, ele passa a registrar em vídeos amadores cenas de sexo entre homens pelos banheiros da cidade. Tabosa diz que a delicadeza do tema exigiu um grande esforço técnico na condução do filme, em especial pela exigência do personagem principal em manter o anonimato: “O grande medo do personagem era que eu reforçasse algum tipo de preconceito. A gente trabalhou bem para que o filme fosse uma história de duas pessoas que se amam. Infelizmente, terminou em tragédia, mas foi tratada de forma delicada, nada preconceituosa” esclareceu Tabosa. O desempenho do filme também rendeu premiações para a Direção de Fotografia em outros festivais. Tubarão é o segundo trabalho da carreira do cineasta. O primeiro filme produzido por Leo Tabosa foi Retratos, fruto do seu Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo, na Universidade Católica de Pernambuco. Na obra, Leo aborda o cotidiano de seis travestis. O diretor reconhece que é uma tônica em seus trabalhos uma abordagem acerca de situações conflituosas da sociedade contemporânea, mas garante que a receita é adequar a história a uma boa narrativa: “Eu tento trabalhar coisas inéditas e dar outra visão. No Tubarão, eu vi essa oportunidade de apresentar um personagem com características marginais de uma forma delicada, sem levantar bandeiras ou fazer juízo de valor. Apenas apresento”, explicou o diretor.