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Cenário e Perspectivas da Economia Internacional, Nacional e Estadual é tema de seminário na Católica

Alunos de Economia e Gestão Portuária da Universidade Católica de Pernambuco e visitantes participaram, na noite da última quarta-feira (16), às 18h30, na sala 602, 6º andar do bloco G, do Seminário Cenário e Perspectivas da Economia Internacional, Nacional e Estadual. O evento, realizado pelo curso de Ciências Econômicas da Católica, teve como debatedores os professores Dinilson Pedroza Júnior, José Alexandre Ferreira Filho e Valdeci Monteiro dos Santos.

Em sua explanação, o coordenador e professor do curso de Ciências Econômicas, José Alexandre Ferreira Filho, abordou a questão da economia norte-americana, mostrando que a recuperação ainda está tímida, desde 2009 até os dias de hoje, e que ainda não é capaz de alavancar a economia mundial. Em seguida, falou da grave crise europeia, destacando a Grécia, que está numa situação prestes a sair da Zona do Euro, podendo até contaminar outros países importantes como a Espanha, Itália e Portugal. Por fim, falou que o Brasil tem uma interligação com a economia mundial e que não fica imune a todos esses eventos.

O segundo palestrante foi o professor Dinilson Pedroza Júnior, também do curso de Ciências Econômicas. Ele abordou o impacto, em particular, do processo de globalização na crise que a economia internacional tem sofrido, especificamente na economia brasileira, que é a desindustrialização. A desindustrialização consiste, segundo o palestrante, na perda de importância relativa do setor industrial na economia. Isso pode ser medido através do valor adicionado sobre a riqueza total gerada na economia. O professor mostrou que, ao longo das décadas, o Brasil tem perdido participação das indústrias na composição do Produto Interno Bruto, PIB. Nos anos 40 chegou a 11%, quando se inicia o processo de industrialização mais intensamente. Em meados dos anos 80 chegou a 27% a parcela da riqueza gerada pela indústria na riqueza total e atualmente o índice está por volta dos 15%. Essa diminuição no  índice dá a entender que está havendo um processo de desindustrialização.

O último a falar foi o professor Valdeci Monteiro dos Santos. Ele abordou o passado recente de Pernambuco, que reverteu um processo de desindustrialização. O estado vinha perdendo espaço na indústria, com a economia estagnada e, a partir do Século XXI, com o boom do consumo que teve no Nordeste, Pernambuco cresceu acima da média do Nordeste e do Brasil, graças ao consumo. Com a decisão estratégica da Petrobras de implantar uma refinaria, depois de 28 anos, e, também, de construir um novo estaleiro no Nordeste, com encomendas da própria Petrobras, acabou atraindo outras empresas para se instalarem aqui no estado. Com essa junção do consumo e da construção civil, por causa da construção das novas indústrias, agora Pernambuco começa a entrar na fase da indústria de transformação. Os números já mostram isso, a indústria de transformação local que era 25% do PIB, em 1985, caiu para 11% em 2005, já está retomando, aproximadamente 20% da participação do PIB. Essa retomada da indústria puxa a economia, primeiro pela construção civil e, adiante, pela indústria de transformação, uma nova realidade para Pernambuco.

O professor Valdeci finalizou dizendo que o estado tem um grande desafio, pois, segundo ele, nem tudo são flores. Ele elencou os principais desafios como investimento em educação, capacitação, tanto de mão de obra como dos empresários, para mexer também com a cultura empresarial e investir em pesquisa e tecnologia. “Os desafios são grandes, mas temos que ser mais otimistas do que pessimistas”, ressalta.

Após as palestras, o seminário abriu espaço para as perguntas dos presentes. O evento acontece uma vez por mês com a participação de convidados externos e da própria Universidade.

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