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Católica promove Colóquio sobre a Exortação Apostólica do Papa Francisco

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          Da esquerda para a direita, Padre Valdir Manuel dos Santos e Padre Francisco Caetano Pereira

Aconteceu na manhã desta terça-feira (4), no auditório G1 da Universidade Católica de Pernambuco, a abertura do Colóquio sobre a Amoris Laetitia, Exortação Apostólica do Papa Francisco. A primeira parte do evento teve foco nos temas “Amor, família e sociedade” e debateu os principais pontos do documento acerca da definição de família.

A palestra inicial foi do Mestre em Direito Canônico, Padre Valdir Manuel dos Santos. Ele explicou que o intuito do evento é promover um debate interdisciplinar sobre o documento do Papa Francisco, promover reflexões sobre o tema em diversos âmbitos e discutir o conceito de família, que é atualmente mostrado em crise.

Ele começou abordando o percurso histórico do documento e explicou como o Papa convocou um Sínodo para tratar do assunto. Nesse Sínodo foram abordados temas como o matrimônio segundo a lei natural, a relação entre família e pessoa, união de pessoas do mesmo sexo e educação de filhos em um contexto de matrimônio irregular. Ele reitera que o Papa Francisco planejou a Exortação Apostólica acerca das questões abordadas no Sínodo.

Ao mostrar a divisão do Sínodo e suas respectivas discussões, Padre Valdir Manuel dos Santos argumentou: “O documento não tem a pretensão de trazer uma resposta clara e definida. Embora coloque pontos concretos, ainda temos em aberto que a Igreja precisa amadurecer, como diz o próprio Papa.”

Em seguida, explicou o que caracterizava o conjúgio e defende que é preciso trabalhar na durabilidade das relações, pois essas estão cada vez mais frágeis e volúveis. O estudo do matrimônio pelo Direito Canônico tem como um dos arquivos de base o Documento do Concilio Vaticano II, que trata de sua nova concepção a partir do pacto conjugal que o Criador fundou e dotou com suas leis. Padre Valdir Manuel dos Santos defende o matrimônio como “uma aliança-contrato que forma um pacto a partir do consentimento mútuo.” O conceito, segundo ele, só é válido para a comunhão de um homem e de uma mulher, e qualquer outro tipo de união estável não pode ser caracterizada como tal.

Por fim, ele diz que a preparação para o casamento deve começar desde cedo em casa e as pessoas não devem insistir em casar sem saber ao certo o que é uma união. “O matrimônio é a primeira e mais importante comunhão jurídica. Ele obedece a dimensões tanto naturais quanto divinas.”

Logo depois, a fala foi cedida ao segundo palestrante, o Doutor em Direito Padre Francisco Caetano Pereira. Ele iniciou sua apresentação com a reflexão: “A família é o espaço privilegiado onde ninguém precisa usar máscara. O ser humano é complexo, mas precisa viver em sociedade. A sociedade primária é a família.”

Padre Caetano adentrou as questões matrimoniais a partir da legislação civil, citando as proibições dentro do casamento e a influência do direito canônico na união. Ele explicou como o casamento deve sempre visar ao bem dos cônjuges e à educação dos filhos. A essência da união, segundo ele, é mostrar quem você é, o que quer e aonde quer chegar.

“A família é tudo na vida do ser humano. Precisamos amar e sermos amados. Mas não podemos sufocar as pessoas que amamos, nem nos distanciarmos. É a Igreja que garante esse equilíbrio.” Para ele, é preciso pensar além da união e incluir a educação dos filhos, cuidados com idosos e questões de fidelidade como papeis da família.

Padre Caetano marcou o fim de sua palestra falando da conhecida frase “o que Deus uniu, o homem não separa” para tratar dos rituais da cerimônia. Ele explicou que a aliança simboliza uma infinidade, e ao contrário do que pensam, não é o beijo que sela a união, e sim a ratificação e o consentimento de ambos. “Hoje até existe o divórcio, mas sob respaldo da Igreja, só a morte apaga o vínculo matrimonial”, aponta ele.

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