Boletim Unicap

Católica In realiza oficina de Radiojornalismo

Com reportagem de Tércio Amaral

Nem sempre o início de um evento é uma abertura oficial ou uma solenidade. Com sorriso de satisfação e uma boa dose de energia em plena manhã, os 45 estudantes da Escola Estadual Sylvio Rabello participaram, no laboratório de Rádio do curso de Jornalismo na Unicap, nesta segunda-feira (10), da primeira atividade da programação do Católica In 2010. A oficina de Radialismo foi coordenada pelo professor Vlaudimir Salvador, em parceria com os alunos Emanuele Carvalho e Tércio Amaral.

Oficina de Radiojornalismo no Católica In

Usando a camisa com as cores azul e branca da bandeira de Pernambuco, os estudantes logo chamaram a atenção pelo bom comportamento e maturidade da turma. Eles são alunos do curso Normal Médio (antigo magistério). Com o princípio de trocas de experiências, o professor da Católica, Vlaudimir Salvador, começou relatar suas vivências como educador na Unicap. “Estão vendo esse espaço aí ao lado? É nosso ‘aquário’. É lá onde fazemos nossos principais trabalhos nas disciplinas de Radiojornalismo. Assim, como vocês, eu também converso com meus alunos. Uns batem sem querer na mesa e isso influência diretamente na qualidade do áudio do programa. Mas, ninguém nasce sabendo. O conhecimento vem com o tempo”, disse Vlaudimir.

Durante a oficina a equipe apresentou os diversos campos de atuação profissional e oportunidades do mercado de trabalho do Radiojornalismo. Mas, claro, tudo com o olhar local. Orgulhoso por formar várias gerações de jornalistas, o professor Vlaudimir Salvador apresentou programas antigos de rádio produzidos por ex-alunos do curso de Jornalismo da Unicap e que hoje se destacam na imprensa local e nacional, a exemplo de projetos experimentais narrados por Daniel França, âncora da TV Jornal, ou por Michele Loreto, mais conhecida como “a moça do tempo” dos telejornais da Rede Globo.

A memória do curso de Jornalismo e as disciplinas de rádio foram apenas uma introdução dos trabalhos da oficina. Aliás, em se tratando de passado, Pernambuco é um dos pioneiros na radiodifusão brasileira. A cidade do Recife foi palco de grandes emissoras de rádio, como a Rádio Clube e a Rádio Jornal. Esta última ficou famosa com o slogan “ Pernambuco falando para o mundo”; além de suas radionovelas que revelou grandes nomes da dramaturgia nacional, como Lúcio Mauro, Arlete Sales e José Wilker.  

Entretanto, a cidade do Recife, por estar localizada em um dos maiores pólos econômicos do Brasil, também absorveu a “tendência nacional” com a criação das grandes redes. Ou seja, após o sistema Embratel, algumas emissoras de rádio da região Sudeste, sobretudo, de São Paulo e Rio de Janeiro, começam a transmitir na capital pernambucana, programas realizados para todo o Brasil. Essa nova organização enfraqueceu a programação local das rádios. “Recife também assistiu a instalação da primeira emissora local da Rede Transamérica, que tem sede em Curitiba. Esse sistema de ‘rede’ dificulta a realização de uma programação local. Às vezes, o pernambucano não se sente representado no rádio, o que também contribui para o enfraquecimento de algumas emissoras”, defendeu.

O aparelho de rádio, por se tratar de um objeto de baixo custo, é disseminado em diversos locais, seja em casas rurais ou urbanas e até mesmo em estabelecimento comerciais e veículos de transporte. Justamente por essa mobilidade, ele se tornou o veículo de comunicação mais popular do Brasil. A estudante da Escola Sylvio Rabello Marli Martins relembrou o costume de ouvir rádio junto com a família na sala durante sua infância. “Meu pai sempre escutava a Rádio Olinda e nós acompanhávamos as dicas de saúde e de beleza. Mas também sempre tinha matérias da comunidade. Hoje em dia não escuto mais rádio”, afirmou.

Alunos de escola pública ouvem debate no estúdio de Rádio em oficina do Católica In

Os estudantes do curso de Jornalismo também participaram da oficina. Emanuele Carvalho relatou sua experiência de fazer matérias em locais tradicionais da cidade do Recife, como sua pauta de ervas medicinais no Mercado de São José. “É nessas aulas que a gente aprende a se relacionar com as pessoas”, disse.

Como o Jornalismo é conhecido por ser uma profissão prática, a oficina não poderia terminar de modo diferente. Depois de escutarem os projetos experimentais do curso de Jornalismo da Unicap, os alunos participaram de um debate ao vivo no estúdio. O programa foi sobre a escolha da profissão, assim como sugere a Católica In. O depoimento da aluna da Escola Sylvio Rabello, Adriana Ferreira, chamou a atenção pela espontaneidade: “Eu não gostava de rádio AM, sempre achei coisa de gente velha. Ouço sempre as músicas e alguns programas da FM. Foi aqui que eu comecei a mudar a visão sobre rádio”, disse sorrindo junto com seus colegas… Para a oficina, esse é o melhor agradecimento.

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