Boletim Unicap

Cátedra Chiara Lubich de Fraternidade e Humanismo é instalada em clima de emoção

O auditório G2 ficou lotado na manhã desta terça-feira (25) durante a solenidade de instalação da Cátedra Chiara Lubich de Fraternidade e Humanismo. A ação, inédita no Brasil, é fruto de uma parceria entre a Universidade Católica de Pernambuco e a Faculdade Asces, de Caruaru. A mesa de abertura foi composta pelo Reitor, Padre Pedro Rubens; pelo diretor geral da Asces, prof. Paulo Muniz Lopes; pelo presidente da Regional Nordeste 2 da CNBB e bispo de Palmares, Dom Genival Saraiva; pelos professores Fernando de Andrade (Asces) e Thales Castro (Unicap), ambos representando institucionalmente a Cátedra.

A chegada da conferencista, a presidente do Movimento dos Focolares, Drª Maria Voce, que também fez parte da mesa, foi emocionante. Ao som da Ave Maria interpretada pela cantora Surama Rheis e pelo músico Percy Marques, do grupo MPB Unicap, ela foi aplaudida de pé pelo público. A abertura oficial do evento se deu em discursos proferidos pelo Padre Pedro Rubens e o professor Paulo Muniz (confira abaixo na íntegra).

Dom Genival também discursou sobre a importância desse novo ambiente de pesquisas acadêmicas. “Trata-se de uma grandeza de visão, largueza de coração e uma imensa noção de cidadania. É a prova de que essas instituições vão além dos seus muros. Quero expressar a alegria da Igreja por esta iniciativa”.

Um vídeo produzido na Itália e com 13 minutos de duração mostrou a trajetória de Chiara Lubich, desde a sua origem familiar, passando pelo pós-guerra (1939-1945), até a construção da magnitude do Movimentos dos Focolares e sua capacidade peculiar de dialogar com os mais diversos líderes políticos e religiosos ao redor do mundo através dos valores da economia de comunhão e do humanismo fraterno. Outro momento marcante da cerimônia foi quando Maria Voce recebeu das mãos de Padre Pedro e do professor Paulo Muniz placas alusivas à Cátedra.

Livros e site – A solenidade também marcou o anúncio da criação do site da cátedra www.catedrachiaralubich.org e do lançamento de quatro livros:  Desafios, que traz uma entrevista com Maria Voce; Fraternidade e Humanismo: uma leitura interdisciplinar do pensamento de Chiara Lubich, que apresenta artigos oriundos da Escola ABBA, da Itália, e o discurso de Maria Voce proferido na solenidade de hoje; Cidadania, Participação e Fraternidade, que traz pesquisas originadas na Escola Civitas, realizada na faculdade Asces; e Fraternidade em foco: um ponto de visto político, com artigos desenvolvidos na Escola Civitas realizada na Universidade Federal da Paraíba.

Presenças e ausências – Marcaram presença na solenidade desta terça-feira (25) o prefeito de Igarassu, Mario Ricardo; a representante do Instituto Euvaldo Lodi (IEL- PE), Ana Cláudia Mendonça; e o vereador do município de Olinda Marcelo Santa Cruz.  Enviaram mensagens de justificativa de ausência  em função de compromissos previamente agendados e ao mesmo tempo de congratulações, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos; o senador Jarbas Vasoncelos; a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP); e a reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), professora Maria José de Sena.

Confira aqui a íntegra dos discursos.

Pronunciamento do Reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens

A Cátedra Chiara Lubich Fraternidade e Humanismo nasce de uma história de amizade e parceria entre duas comunidades acadêmicas, a UNICAP e a ASCES, criando pontes entre Recife e Caruaru, mas com uma vocação universal e internacional, uma vez que foi batizada com o nome de uma das mais importantes personalidades do século XX, Doutora Honoris Causa em Economia pela nossa universidade.

O conceito de Cátedra deita suas raízes no mundo acadêmico, mas tem sua ramificação em grandes causas da sociedade. Toda Cátedra implica, portanto, uma produção de saberes e reflexão crítica sobre temas relevantes. E, a nova Cátedra que inauguramos, pela sua natureza e inspiração, pela sua origem e vocação, assume o desafio específico de pensar, de forma rigorosa e crítica, a pertinência da noção de “fraternidade” para a elaboração de novos humanismos. A fraternidade não é apenas um princípio esquecido em relação à liberdade e à igualdade, nem um “valor romântico”; trata-se de um apelo à inteligência e um desafio ao mundo interconectado.

Herdamos do cristianismo ocidental uma vocação humanística, que se encarna em pessoas e projetos bem concretos, assumindo o risco da história. O papa emérito, Bento XVI considerou Chiara Lubich como “Mulher de fé intrépida, mansa mensageira de esperança e de paz”. E, de fato, nossa Doutora honoris causa tentou traduzir em palavras e obras esses grandes valores. O Papa Francisco, por sua vez, resgata a centralidade do Evangelho de Jesus Cristo e renova nosso desejo de construir um “mundo de irmãos”, para evocar uma expressão cara a Dom Helder.

Portanto, motivos e estímulos não nos faltam para buscar novas expressões de humanismos. E o Brasil não é somente um lugar em que essas realidades desfiguram o ser humano, mas, enquanto país de desigualdades e, ao mesmo tempo, emergente, ocupa uma posição estratégica. De fato, foi em contato com a realidade social brasileira que Chiara Lubich sonhou com um projeto de economia de comunhão. Sabemos
que muitas organizações sociais tomaram iniciativas de promoção, organização e comercialização da economia solidária. A cátedra que inauguramos quer, de maneira específica e própria, refletir sobre essas realidades e experiências, para assim contribuir na busca de formas
sustentáveis de economia solidária em vista de uma verdadeira economia de comunhão.

A Unicap sente-se, portanto, honrada em realizar, junto com a ASCES, o desafio desta Cátedra que não apenas recebe o nome de Chiara Lubich, mas também a sua inspiração maior. Para recordar uma de suas palavras: “A profunda necessidade de paz que a humanidade hoje expressa, diz que a fraternidade não é um valor, não é só um método, mas o paradigma global do desenvolvimento político!”

Repensar a fraternidade como paradigma de uma nova humanidade, concluo, é uma tarefa tão acadêmica quão política. No entanto, a qualidade acadêmica que metodologicamente buscamos, visa a excelência humana que tanto desejamos.

Muito obrigado.

Pedro Rubens, SJ
Reitor da Unicap

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