Bianka Carvalho ministra palestra sobre direitos humanos no jornalismo
|Com um sorriso no rosto esbanjando simpatia, e com seu jeito simples de ser, a jornalista da TV Globo Nordeste, Bianka Carvalho, esteve na tarde de quarta-feira, (28), na sala 510 do bloco G da Universidade Católica de Pernambuco, debatendo com os alunos do curso de Jornalismo sobre como o jornalismo atua na questão sobre direitos humanos, em especial na chamada prestação de serviços. A convite da professora Ana Veloso, Bianka Carvalho trouxe para os alunos presentes algumas de suas experiências como repórter do chamado jornalismo comunitário.
Durante a participação da jornalista, foram apresentadas matérias feitas por ela para o quadro “Calendário do NETV – 1ª edição, uma espécie de “boca no trombone”, onde comunidades do Recife e Região Metropolitana procuram a emissora para denunciar problemas de interesse público e que atormentam os moradores dessas localidades. Bianka Carvalho também apresentou uma matéria especial sobre assédio moral veiculada em rede nacional no Jornal Hoje.
Ao mostrar algumas de suas reportagens, Bianka também explicou como é todo o processo feito por ela na construção dos textos para as matérias. De acordo com a repórter, não se é obrigado em toda reportagem a seguir a sequência lógica de ter-se um “off”, onde somente a voz do repórter aparece no vídeo, seguido de uma “passagem”, onde a figura do jornalista aparece complementando uma informação dada no texto do “off”, e em seguida as chamadas “sonoras”, que são as falas das pessoas que são escolhidas como personagens da reportagem. “Nas minhas reportagens procuro deixar as pessoas falarem, mas isso não quer dizer que eu tenha que me ‘escorar’ e ter medo de produzir um texto ou realizar uma passagem. Entendo a fala das personagens como um acréscimo na reportagem. Como repórter, é preciso se entregar 100% ao seu trabalho”, comenta.
Textos e Reportagens
Ao explicar sobre a composição dos textos, ela aproveitou o momento e exibiu uma matéria, na qual a sua missão era falar sobre o Dia Internacional da Mulher, mas com o objetivo de fugir daquilo que sempre é mostrado na TV, quando se quer homenageá-las. A partir disso, a jornalista apresentou os personagens que compuseram a pauta e explicou que, no seu texto, procurou fugir da sequência lógica utilizada normalmente em reportagens factuais.
A reportagem foi sobre duas irmãs que tinham o apelido de “Pereirão”, pois realizavam atividades que normalmente seriam feitas por seus maridos.“Os grandes personagens estão ao nosso lado e muitas vezes nem percebemos. Quando vi as histórias de Maria da Paz e de Nadilsa, sugerida pelo menino que traz as correspondências, eu descobri que elas representariam perfeitamente a nossa mensagem de feliz dia da mulher”, explicou.
Ao comentar a respeito das matérias para o calendário do NETV – 1ª edição, Bianka Carvalho disse que, ao chegar a uma comunidade e verificar as reclamações da população daquele local, ela se enxerga na pele daquelas pessoas. “A melhor maneira de você passar veracidade em uma reportagem de cunho de prestação de serviço a quem a assiste é sentir na pele aquele problema dos moradores”, explica.“Jornalismo é feito de paixão. Se você faz somente por fazer, o seu trabalho não se desenvolve”, ressalta a jornalista.
O encontro com os alunos terminou de forma descontraída. Em uma conversa bastante informal, a jornalista respondeu algumas perguntas dos jovens e explicou como foi sua vida como estudante de jornalismo. Bianka comentou como se apaixonou pela profissão e revelou que, antes de entrar para o curso de Jornalismo da Unicap, era professora de inglês e estudava no IFPE, antigo CEFET.
Ainda respondendo às perguntas, Bianka aconselhou os alunos a sempre estarem atentos às oportunidades de estágios e seleções para trabalhos que aparecerem. Falou que ouvir os professores é fundamental. A repórter explicou como ingressou no mercado de trabalho e como conseguiu trabalhar na Rede Globo. “Na minha época de estudante, diferentemente de hoje, que muitos querem partir para o jornalismo de tv, a febre era trabalhar nos jornais impressos. Minha experiência em jornal impresso foi na redação do Jornal do Commercio. Após a passagem pelo jornal, foi que entrei como repórter da TV Jornal. E desde o ano 2000, estou trabalhando na Globo”, comentou.
Ponto de vista
Depois da palestra, Bianka Carvalho comentou, em entrevista à equipe do Boletim Unicap, sobre a experiência de participar de encontros como esses onde interage diretamente com os futuros colegas de trabalho. “Acho ótimo atividades como essas. Não me sinto ensinando, mas sim aprendendo mais e mais. Para um profissional da área, responder a perguntas desses jovens que têm você como fonte de inspiração e que dizem admirar seu trabalho, é bastante prazeroso. Tivemos hoje aqui uma troca de experiências, de quem já faz jornalismo e de quem está começando a fazer”.