Alunos de Fisioterapia participam de programa de saúde da Assembleia Legislativa
|Tendinites, dores de cabeça, na coluna, pernas e pés? Tudo isso pode ser resolvido com uma massagem bem feita. Foi exatamente para isso que estudantes do 5º período de Fisioterapia da Universidade Católica de Pernambuco participaram, na manhã desta quinta-feira (27), do 8º Programa de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. A inclusão de alunos de Fisioterapia foi uma ideia de Leonardo Pires, funcionário da Assembleia e aluno do 8º período de Fisioterapia da Unicap, com o objetivo de minimizar a “LER/DORT” (Lesão por esforço repetitivo/Doença Osteomuscular relacionada ao trabalho).
Depois mostrar exemplos de grandes empresas públicas e privadas do Estado que já implementaram no dia a dia de seus funcionários a prática de exercícios e alongamentos, Leonardo conseguiu convencer Fátima Coelho, diretora da Assembleia, a levar a ideia para dentro da instituição. Nessa quinta-feira, funcionários do órgão receberam massagens de três técnicas diferenciadas – Reflexologia, Shiatsu e Ayurveda.
A Reflexologia trabalha microssistemas do corpo que podem ser encontrados em pontos de reflexo dos pés; o Shiatsu trabalha os meridianos – linhas imaginárias que cortam o corpo. Cada ponto específico dessa linha é referente a uma região do corpo; a Ayurveda trabalha a constituição completa do indivíduo.
A aluna do 5º período de Fisioterapia Gabriele Rios passou 45 dias morando na Índia com o objetivo de aprender um pouco mais sobre as técnicas de massagem dos indianos, mais especificamente, da Ayurveda – originária da Índia. “Os países ocidentais passaram a dar valor para essa técnica recentemente. Todas as três técnicas aplicadas aqui trabalham a questão energética. Cada indivíduo é tratado de maneira diferenciada, de acordo com suas desarmonizações.”
Gabriele explicou que cada indivíduo nasce com um ou mais “doshas”. Existem três tipos de dosha – o vata, o pitta e o kapha. A aluna, por exemplo, revelou que seu dosha é “vata-kapha”. Isso significa que ela tem desarmonia do “dosha” tipo “pitta”. Na hora em que ela recebe massagem, o fisioterapeuta vai tentar tratar dos três “doshas”, mas vai focar o tratamento do que está em desarmonia.
Para descobrir quais “doshas” o cliente possui, os fisioterapeutas fazem um questionário, com perguntas pessoais sobre a infância deles, para tentar resgatar essa informação. Tudo pode parecer irreal, mas, de fato, as técnicas aplicadas aos funcionários da Assembleia funcionaram e deram resultado. Eva Maria Lyra é assistente na gerência de cadastro da Assembleia e costuma trabalhar bastante no computador. Ela se queixou de dores generalizadas na coluna e no pescoço. Depois de passar pelas três técnicas, Eva afirmou: “Isso deveria acontecer pelo menos uma vez no mês. É maravilhoso. Ajuda na qualidade de vida das pessoas e, certamente, vai refletir no nosso trabalho. A partir do momento em que o corpo está são, o trabalho é realizado com excelência.”
Segundo Leonardo, idealizador do projeto: “De acordo com o Ministério da Saúde, 75% dos funcionários de órgãos públicos se afastam do trabalho por causa das LER/DORT. A prática de exercícios e alongamentos, além de melhorar a disposição dos funcionários e o relacionamento interpessoal, também melhora, em curto prazo, o rendimento deles no trabalho.”
Para muitos, passar 10 a 15 minutos fazendo alongamentos e recebendo massagens pode significar uma perda de tempo. Mas a professora de Fisioterapia da Unicap, Silvana Uchoa, explicou que é exatamente o contrário. “Os 10 minutos “perdidos” fazem diferença no final do dia e beneficiam a mente e o corpo do funcionário. Esses não são apenas trabalhos de cura e tratamento de problemas, eles também ajudam na prevenção. As três técnicas aqui utilizadas compõem a chamada orientação ergonômica, ou seja, aquela que adapta o ambiente de trabalho ao cidadão”, explicou Silvana.
Ao todo, 23 alunos, do curso de Fisioterapia participaram da ação que beneficiou funcionários da Assembléia Legislativa de Pernambuco. “Essa atividade foi fundamental para conscientizar as pessoas de que a fisioterapia também age na prevenção de doenças provocadas pelo trabalho e também para o reconhecimento da importância do trabalho dos profissionais de Fisioterapia”, concluiu a professora Silvana Uchoa.