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Abertura do 9º Encontro Internacional das Águas traz relatos de experiências de Portugal

A conferência de abertura do 9º Encontro  Internacional das Águas girou em torno das perspectivas para o uso da água nas cidades do futuro. O tema foi abordado pelo Profº Dr. José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos, do Instituto Técnico da Universidade de Lisboa. Ele também é presidente da European Water Association.

De acordo com o pesquisador, o aumento populacional e a migração em massa do campo para as cidades, além da consequente ocupação urbana desordenada têm provocado dificuldades do poder público em prestar um bom serviço de saneamento. Saldanha aponta como tendência “a relação clara entre o setor da água urbana e os setores econômicos, energéticos, das ciências sociais”. Ele também defende “a importância de soluções baseadas na natureza” (NBS, na silga em inglês) e criticou os sistemas de lamas ativadas, biofiltração “por elevado consumo de recursos”.

Saldanha aponta como solução o que ele chama de separação tendencial, um sistema de saneamento ecológico baseado no metabolismo humano que significa “não misturar, para reaproveitar. Não juntar águas pluviais e esgotos domésticos, não juntar águas negras e cinzentas; não juntar urina e fezes”. O pesquisador afirmou que quanto mais a água estiver misturada, mais difícil é despoluí-la.

Ele falou sobre técnicas usadas para proteger as praias da costa da região de Estoril com o uso de emissários submarinos e sobre as metas operacionais em Lisboa e no restante de Portugal para o período entre 2014 e 2020. De acordo com Saldanha, Portugal reutiliza menos de 10% da produção de água. “É preciso gerir o que se tem e não construir coisas novas. O conhecimento, ao lado da inovação, é muito importante para obter soluções práticas.

Solenidade – A solenidade de abertura contou com a presença do Pró-reitor Comunitário, Padre Lúcio Flávio Cirne, que representou o Reitor Padre Pedro Rubens; e da coordenadora geral do Encontro Internacional das Águas, Profª Drª Arminda Saconi. Em seu pronunciamento, Padre Lúcio relembrou a tragédia da cidade mineira de Mariana e falou da esperança em soluções para o melhor reaproveitamento da água. “Do outro lado da margem, há experiências exitosas e este evento irá contribuir para a troca dessas informações”, disse ele ao agradecer aos parceiros e à professora Arminda.

Em sua fala, a professora Arminda relembrou o histórico do evento, que teve sua primeira edição em 2004. Na quinta edição, em 2009, se tornou internacional. Em 2017, foram 700 participantes inscritos e 250 trabalhos recebidos. “Nossa trajetória é crescente na relação com nossos parceiros, nas inscrições, nos trabalhos enviados. Fazemos o máximo para não perder a qualidade”.

 

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