Abertura do 7º Encontro Internacional das Águas discute a despoluição de rios e o tratamento de resíduos
|A despoluição de rios e o tratamento de resíduos foram os temas das duas conferências que marcaram a solenidade de abertura do 7º Encontro Internacional das Águas (Eias), que aconteceu agora há pouco no auditório G2 da Universidade Católica de Pernambuco. Compuseram a mesa, a coordenadora do evento, Profª Drª Arminda Saconi Messias; a pró-reitora Acadêmica, Profª Drª Aline Grego; e os conferencistas Miquel Gassiot Matas, da Universidade Ramón de Sarriá, na Espanha; e Carlos Mello Garcias, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
O Reitor da Unicap e Presidente da Federação Internacional das Universidades Católicas (Fiuc), Padre Pedro Rubens, não pôde comparecer porque está participando da reunião trienal da Associação das Universidades Jesuítas da América Latina (Ausjal), em El Salvador. Mas ele gravou um depoimento em vídeo exibido na solenidade. ” O tema do 7º Eias habita a cidade do Recife, cercada de rios, mar e mangues, e promove um verdadeiro encontro multidisciplinar. É de pesquisas como essas que dependerá a nossa futura qualidade de vida”, ressaltou ele ao dar as boas vindas aos participantes.
O primeiro conferencista da noite foi o catalão Miquel Gassiot. Ele fez um retrospecto dos resultados obtidos na primeira rede de pesquisa na área ambiental de instituições membros da Fiuc. A rede contou com a participação das Universidades de Córdoba (Argentina); Javeriana, do Rio Negro (Colômbia); Unicap e da Católica de Pelotas (RS). A experiência transformou lodo de esgoto em fertilizante natural utilizado em plantações agrícolas.
Já o pesquisador Carlos Mello abordou o estudo de caso da despoluição do Rio Belém, que corta a cidade de Curitiba. “Não há razão técnica, científica, econômica ou política que justifiquem um rio urbano poluído. Faltam consciência coletiva e vontade política para reverter esses quadros”. Ele destacou várias ações que estão contribuindo para a despoluição do rio Belém. Do combate à proliferação de ratos e pombos, à revisão do sistema de tratamento de esgoto e rede de coleta fluvial, passando até pela análise de resíduos provenientes do sistema de freios dos veículos.
“Aquele pó preto que surge do atrito da pastilha com o disco é altamente rico em chumbo e mercúrio. Quando chove, tudo isso vai parar no rio”, frisou o pesquisador informando que os ônibus do sistema de transporte público da cidade percorrem somados 1.236 quilômetros em dias úteis e que o empresariado está em busca de uma tecnologia mais eficiente de frenagem. Carlos finalizou sua explanação exibindo fotos de rios despoluídos no mundo, a exemplo do Tamisa (Londres), Siena (Paris) e Cheonggyecheon (Seoul).