Boletim Unicap

Abertura da 17ª Semana da Mulher aborda papel feminino nas novas configurações familiares

A abertura da 17ª Semana da Mulher na Unicap (SMU) lotou o auditório G1 na noite desta terça-feira (19). Autoridades, pesquisadores, professores, alunos e funcionários acompanharam as duas mesas temáticas que discutiram políticas públicas relacionadas ao papel da mulher nas novas configurações familiares. O evento foi transmitido ao vivo na íntegra. A solenidade marcou também o lançamento da campanha Mães e Avós Educadoras: pessoas de direitos, esteios de famílias. Antes de discursar, o Reitor da Católica, Padre Pedro Rubens, pediu um minuto de silêncio em solidariedade às mulheres que enfrentam situações de medo. “Vamos começar essa solenidade transformando o nosso medo em atitude de resistência e também de empoderamento”.

Todos os anos, o evento se inspira no tema da Campanha da Fraternidade, estabelecendo uma ligação com as questões do universo feminino. “Quando a Unicap realiza a Semana da Mulher, ela realiza essa maneira de proceder da Igreja do Papa Francisco: primeiro escutar e dar voz à realidade, perfeitamente dentro da linha da pedagogia jesuíta. Aplicando essa dinâmica ao nosso evento e à campanha específica (Mães e Avós Educadoras), a problemática da família monoparental deve ser, antes de tudo, objeto de estudo da realidade e a escuta das vozes da experiência, nas quais o papel da mulher e suas implicações são decisivos”.

Quem também participou da mesa de abertura foi a vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos. Entre outros assuntos, ela relacionou a temática do evento com aspectos do atual contexto político nacional. Para Luciana, as mulheres tendem a ser as maiores prejudicadas se determinadas propostas forem implantadas, a exemplo da ampliação da desvinculação das receitas do orçamento da União. “Não teremos mais a obrigação do Estado em questões tão essenciais para a vida do povo. Imagino o que será o poder discricionário que terão os gestores para, simplesmente, pegar o orçamento e destinar ao seu bel prazer”.

Além de Padre Pedro e Luciana Santos, a mesa de abertura foi composta pela representante da Secretaria da Mulher da Prefeitura do Recife, Ana Magalhães; pelo Procurador de Justiça do MPPE e diretor da Escola Superior do MPPE, Sílvio José Meneses Tavares; pelo promotor de justiça do MPPE, Marco Aurélio Farias da Silva; pela presidente da Comissão da Mulher da OAB – PE, Fabiana Leite; pela presidente do Instituto Brasileiro de   Direitos da Família em Pernambuco (IBDFAM – PE), Profª Drª. Maria Rita de Holanda; pela vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de PE e dirigente nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) Valéria Silva; pela representante da União Brasileira de Mulheres, Simone Cesar; e pela Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Unicap, Profª Drª Valdenice José Raimundo; e pelo Pró-reitor Comunitário, Prof. Dr. Pe. Lúcio Flávio Ribeiro Cirne, que é o coordenador do Instituto Humanitas Unicap e coordenador geral da SMU.

A segunda mesa temática foi intitulada As Alterações nos Arranjos Familiares e as Mudanças do Papel da Mulher na Família e na Sociedade, que foi marcada por palestra da professora Maria Rita. Também fizeram parte da mesa de debates as pesquisadoras e professoras do curso de Direito da Unicap, Catarina Oliveira, que é vice presidente do IBDFAM-PE e presidente da comissão de Direito Imobiliário da OAB-PE, e Marília Montenegro. A programação previa a participação da co-deputada da Assembleia Legislativa de Pernambuco Robeyoncé Lima, mas ela teve problemas de saúde e não pode comparecer.

No início da explanação, Maria Rita fez uma homenagem a Irmã Rozário, que é uma das organizadoras/articuladoras da SMU. Na sequência, Maria Rita falou sobre a situação de alguns países que fazem restrições legais às mulheres por serem mulheres; exercício conjunto de liderança na família; e licença parentalidade, que prevê tempo igual de afastamento do trabalho para homens e mulheres (ou casais homoafetivos) quando o casal tem filhos. Ao final, ela defendeu uma visão humanista na questão de gênero. “Acima de tudo é preciso enxergar o outro como pessoa. E essa é a condição única de acessibilidade a todos os direitos fundamentais e de defesa de qualquer discriminação”.

print

Compartilhe:

Deixe um comentário