Boletim Unicap

Roda de Diálogo discute resistência ao genocídio durante 10ª Semana da Consciência Negra

Mediada pela professora do curso de Serviço Social da Unicap e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), Profª. Drª. Valdenice José Raimundo, foi realizada, na tarde da quinta-feira (9), a roda de diálogo “Resistência ao genocídio”, durante a 10ª Semana da Consciência Negra da Unicap.

Na roda de diálogo, que contou com a presença da poetisa Odailta Alves, foi enfocado o crescente número de jovens negros das periferias e como isto está intimamente ligado ao racismo, principal responsável pela morte da juventude negra no Brasil e também afeta o tratamento dado pela polícia a estes jovens marginalizados. “O jovem negro é suspeito sempre”, enfatizou a professora Valdenice. “Quando a polícia vê um jovem branco e um jovem negro, a probabilidade do jovem negro ser parado é de 100% em relação ao jovem branco,” completou.

A assistente social e gerente de Igualdade Racial da Prefeitura do Recife, Girlane Diniz, que também participou da roda de diálogo, falou de como o racismo já é uma forma de violência por negar ao jovem negro uma identidade dentro da sociedade. “A gente aprende que nosso lugar é às margens. Então, se tu repetes o tempo todo a um jovem que o lugar dele é na margem, é isso que ele vai fazer. Ele vai achar que pode até concluir o Ensino Médio, mas dificilmente vai entrar em uma Universidade. Pode até chegar a uma Universidade, mas dificilmente ele vai se tornar um médico. Então, é isso que o racismo faz com a gente, ele vai roubando os nossos sonhos”, ressaltou. “É isso que o racismo faz com a gente, ele rouba os nossos sonhos. E quando a gente diz que a gente não morre só de tiros, a gente está dizendo que nossos sonhos são esmagados o tempo todo, a gente morre o tempo todo em algum lugar. A gente acaba sendo o não-sujeito. ”

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