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Curso de Jornalismo promove debate sobre convergência de mídias e novas atuações do jornalista

Andréa, Lula, Pedro e Raissa

As transformações do jornalismo a partir da revolução digital e a perspectiva para este mercado foram tema de conversa entre pesquisadores, profissionais e estudantes na tarde desta segunda-feira (14), no auditório Dom Helder Camara. O projeto Jornalismo: produção, convergência e conexões marcou a abertura do semestre letivo 2017.2 do curso de Jornalismo da Católica.

“Vamos falar dessa integração de linguagens do rádio e TV na web, das conexões que você pode fazer de um aplicativo com o jornalismo e também como são os processos produtivos. Nosso objetivo é mostrar aos alunos as várias possibilidades do jornalismo. A ideia é aproximar o que a gente faz aqui na Universidade do mercado, e trazer temas que são caros tanto pra quem está estudando, como para quem já se formou”, explicou a coordenadora do curso, a Profª Drª Carla Teixeira.

O encontro reuniu a editora da revista Continente, Mariana Oliveira; a editora do site dessa mesma publicação, Olívia Mindêlo; a editora da multiplataforma Por Aqui, Raissa Ebrahim; e o editor da revista online Febre, Pedro Galindo. Eles falaram sobre suas trajetórias profissionais e sobre os desafios de uma profissão que está se reinventando a partir das novas tecnologias.

Mariana se formou aqui na Católica em 2003, mas já atuava como estagiária na Continente. Uma relação profissional-afetiva que já dura 15 anos. Tempo suficiente para testemunhar, implantar e se adequar às profundas transformações vividas pela profissão de jornalista. Ela contou que o site da revista começou como um “mero reprodutor” do conteúdo impresso mas que foi se tornando uma plataforma independente. “Profissionalizamos o nosso site com conteúdo próprio, um veículo em si que dialoga com a revista impressa”.

Ela também destacou que o meio digital influenciou mudanças inovadoras no conteúdo impresso. “As pautas são pensadas a partir de gêneros. São assuntos que podem ser abordados via artigos, reportagens, ensaios ou críticas. Um exercício bastante desafiador. Nossa proposta é nos diferenciarmos do imediatismo, fazer um jornalismo reflexivo que lance provocações ao leitor”, disse Mariana.

Os desafios ao longo da carreira também foram o mote da fala da editora do site da Continente Olívia Mindêlo. “Quando eu era 1º período, há 17 anos, não sabia nem mexer no word”. Ela teve passagens pelas editorias de Cultura do Jornal do Commercio e Folha de Pernambuco. Em 2011, teve a sua primeira grande experiência com o digital na implantação do site Cultura PE. Para Olívia, as novas tecnologias não mudam a essência do bom jornalismo. “O pensamento é maior que os meios, é só uma questão de plataforma. Escrever está sempre na base. Muda a tecnologia, mas o jornalista tem que saber escrever”.

Olívia e Mariana

Já jornalista Raissa Ebrahim falou sobre a vivência do ambiente multiplataforma do Por Aqui News, que faz um jornalismo colaborativo a partir do conceito de hiperlocalidade. Editores e colaboradores enviam reportagens, sugestões de pautas a partir dos bairros onde moram. No ambiente é o que se chama de estações. São dez estações que podem agrupar um bairro ou um conjunto de localidades.

“Além da produção do conteúdo, a gente faz a curadoria do que chega”, explica a editora. Os conteúdos giram em torno da história, curiosidades, empreendedorismo, personagens e listas ao estilo Buzzfeed. “O colaborador ou a pequena empresa do bairro dialoga com a gente por facebook, WhatsApp”, detalha Raissa.

O aplicativo trouxe inovações na arquitetura da informação. O colaborador precisa, além da reportagem, fazer um texto resumo e escolher palavras- chave isso faz o Por Aqui aparecer com mais destaque no Google. Além disso, de acordo com Raissa, o conteudista tem que fazer uso constante do hiperlink.

“A gente sempre tem que fazer autorreferências para fazer o leitor permanecer por mais tempo na plataforma”. Quanto ao modelo de negócio, a jornalista explicou que o Por Aqui se utiliza também do conteúdo patrocinado. “Buscamos histórias que aquelas marcas podem contar. Queremos quebrar o estigma de que conteúdo pago é conteúdo ruim”.

Outro projeto apresentado que se utiliza da convergência de mídia para construir a narrativa é a revista Febre. O piloto foi o trabalho de conclusão de curso (TCC) do ex-aluno Pedro Galindo. A plataforma construída em HTML5 trabalha o tema futebol através de fotos, textos e vídeos integrados. “O futebol é um patrimônio cultural, está presente na vida de todo mundo de uma forma ou de outra. Então, a revista surgiu com essa proposta crítica-analítica de explorar questões antropológicas do futebol”, explicou ele.

Programação – Jornalismo: produção, convergência e conexões segue nesta terça (15) com Francisco Shimada e João Guilherme da TV Web TJPE; Celso Ishigami, do Podcast 45′; além dos premiados e finalistas do Expocom 2016 e 2017. A partir das 13h30, no auditório Dom Helder Camara.

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