Católica presta homenagem a Mirella em missa emocionante
|A Universidade Católica de Pernambuco prestou uma homenagem a ex-aluna de Fisioterapia Mirella Sena, na noite desta terça-feira (11). Uma missa pelo 7º dia de seu falecimento reuniu professores e colegas dela na Capela da Unicap. A jovem de 28 anos foi brutalmente assassinada por um vizinho, dentro do flat onde morava, no bairro de Boa Viagem.
A coordenadora do curso, Profª Cristiana Machado, distribuiu fotos de Mirella amarradas a rosas amarelas e convidou as pessoas presentes a escrever mensagens de apoio à família da fisioterapeuta. As rosas foram entregues aos parentes de Mirella numa outra missa realizada na igreja do Colégio Damas.
Logo no início da celebração da Unicap, Cristiana relembrou a personalidade da ex-aluna. “Bom humor, disposição e alegria. São as imagens dessa Mirella que ficaram nos corredores da Clínica Corpore Sano. É essa imagem que precisa ficar. Que esse amor que Mirella passava pra gente seja presente na vida de cada um”, disse Cristiana com a voz embargada.
Quem também estava bastante emocionada foi a professora aposentada Eliane de Jesus Simões. Portadora de esclerose múltipla, ela foi acompanhada por Mirella entre os anos de 2013 e 2015. “Ela me passou alegria, sinceridade e esperança na minha vida. Mirella sempre me deu a certeza que eu teria dias melhores e eu os tive”.
A missa foi celebrada pelo Padre Kiko Secchim, que pediu perdão a Deus pelas práticas de machismo, misoginia e preconceito da sociedade. “A nossa fé nos diz que Mirella já está onde Ele está. Temos a certeza da vitória da vida. A morte não tem a última palavra”.
No final, a professora do curso de Direito e coordenadora do grupo Frida de Direitos Humanos, Carolina Ferraz, leu uma mensagem na qual fez reflexões sobre o assassinato de Mirella e o feminicídio. “Quantas outras missas rezaremos por nossas perdas? E quantas perdas ainda acontecerão para que seja possível mudar uma sociedade que silencia as mulheres, que abusa de seus corpos, que avilta suas dignidades, que invisibiliza suas trajetórias, que mata e assim nega a história de suas existências. Que possamos da dor construir o elo que torne cada uma de nós verdadeiramente irmã da outra. Para nessa fusão de sororidade, cumplicidade e esperança, nos transformarmos em invencíveis e donas dos nossos destinos”.