Boletim Unicap

Alunos de Arquitetura desenvolvem projeto na comunidade do Chié

img_1989Alunos do quarto período de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, sob orientação dos professores Lula Marcondes, Múcio Jucá, Albérico Paes Barreto e Diego Inglês, desenvolveram ao longo do semestre projetos que visam melhorias na Escola Comunitária do Chié, que atende crianças de 2 a 5 anos da própria comunidade. O trabalho começou em agosto e o resultado pôde ser visto na segunda-feira (21), na sala 202 do bloco D. A comunidade deverá escolher um ou mais projetos e apresentar a possíveis investidores para que os mesmos possam executar as propostas dos estudantes.

O professor Múcio Jucá contou como surgiu a chance de desenvolver o projeto em uma das poucas escolas comunitárias que ainda existem na cidade. “No meio do ano apareceu essa oportunidade de desenvolver um projeto real dos alunos com uma escola comunitária e com a metodologia elaborada por Paulo Freire. Havia cerca de 200 escolas desse tipo no Recife e sobraram apenas 80. Uma  delas é justamente esta do Chié e nós fizemos contato com a comunidade, que é articulada com o Tacaruna Social e outras empresas da região”, frisou.

Os estudantes visitaram a localidade e entrevistaram moradores antes de fazer o projeto. A partir das conversas, os alunos puderam perceber que a comunidade tinha também outras necessidades. “Eles têm uma casa que funciona como uma escola adaptada e a ideia foi pegar o terreno e um outro terreno vizinho para que os estudantes desenvolvessem essa escola. A partir de conversas com moradores da localidade, percebemos que havia necessidade de se fazer uma creche e incorporamos isso ao projeto. Eles começaram com uma análise do contexto urbano e depois partiram para o desenvolvimento do projeto”, pontuou Jucá.

Ele ainda falou sobre como os alunos se envolveram com a comunidade. “Os estudantes se envolveram muito com o tema e foi a primeira vez que eles trabalharam com um projeto real, com um cliente real e alguns alunos chegaram a ir na comunidade e ficaram como voluntários na escola. Alguns deles chegaram a fazer documentários. Então, houve um envolvimento muito grande”, acentuou o professor Múcio Jucá.

15145097_1004468826331819_309989146_oMaria da Conceição Duarte, presidente da Associação  Comunitária dos Moradores da Ilha do Chié, ressaltou a importância do trabalho dos estudantes na comunidade. “Recebi a proposta com muito carinho e alegria. Eles foram muito bem-vindos na comunidade. Puderam conhecer um pouco da nossa realidade. No nosso território, uma das questões mais fortes é a da educação. A gente ainda tem muita criança fora da escola, fora de atividades culturais. Sentimos que esta falta está levando essas crianças para um caminho que não deveriam ir”, avaliou.

Confira o depoimento de alguns alunos que participaram do projeto.

img_1982

“O trabalho começou com várias visitas na comunidade para tentar entender como era o local, como funcionava, conhecer os moradores, saber das necessidades deles. Durante o processo ficamos sabendo que eles queriam muito essa escola, que era bastante importante para eles e que queriam abrir uma creche, que ainda não tinha na escola”, Eduardo Correia.

 

 

img_1977

“Entrevistamos pessoas de várias idades e percebemos que, apesar de alguns não possuírem filhos, sentiam a necessidade de ver uma escola que funciona, de ter uma creche para auxiliar os pais que trabalham. Percebemos também que o caminho que eles percorreram criou um sentimento de união muito forte e que precisavam de um espaço onde todos pudessem compartilhar, discutir, conversar. Então, tentamos fazer uma escola que fosse também um espaço público”, Enora Le Meciner.

img_1983

 

“Nossa busca era encontrar um conceito, conhecer a comunidade, formar grupos para ir em dias diferentes para fazer trabalhos voluntários. Então, ficamos lá vendo a situação  na qual a comunidade vivia, como as crianças ficavam na escola, se elas brincavam, se o que elas tinham eram o suficiente. Com isso, conseguimos aprimorar o nosso projeto”, Amanda Coêlho.

 

 

 

img_1979“A ideia da gente é propor uma nova escola que realmente seja um edifício feito para ser escola. O que existe lá é uma adaptação de uma casa. Então, a gente passou por um processo de ir na comunidade, conhecê-la e entender também”, Hugo Travassos.

print
Compartilhe:

Deixe um comentário