Acessibilidade de pessoas com deficiência é tema de mesa-redonda na 13ª Semana de Integração
|Por Victória Louise Barbosa
No segundo dia da 13ª Semana de Integração da Unicap, as deficiências viraram tema de debate em mesa-redonda que, com
humor e leveza, abordou os desafios e superação. Organizada pelas professoras Wanilda Maria Cavalcanti, Márcia Rejane Martins e Clarice Tavassos, integrantes do NADD (Núcleo de Apoio ao Discente e ao Docente), a mesa teve como tema central passar a realidade da vida universitária para uma pessoa surda, cega ou com down.
O primeiro a falar foi Bernardo Klimsa, que é surdo e se formou em Pedagogia pela Facho em 2003, participando da primeira turma de surdos. De acordo com ele, ainda existe uma carência em relação ao ensino das libras nas escolas, por isso procurou fazer o curso de Letras-Libras parceria da USP com a UFPE, o primeiro com professores dando aula inteiramente em libras.
Concursado como instrutor de libras pelo estado decidiu entrar no Mestrado em Ciências da Linguagem na Unicap, sendo o primeiro surdo a fazer mestrado e atualmente trabalha na SEAD – Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência.
O segundo a falar foi Humberto Suassuna, que possui down. Ele é formado em Educação Física pela Uninassau, e atualmente faz uma pós-graduação em Fisioterapia. Na opinião dele, a sociedade precisa aprender ainda a ter um maior respeito pelas diferenças, que a diversidade é algo natural e enriquecedor, e que a vida é uma igualdade entre os direitos e deveres.
O último a falar foi o publicitário Milton Carvalho, que é cego. Ele é ex-aluno da Católica e atualmente trabalha na Assessoria de Comunicação da Universidade. Junto com Shiva, seu cão-guia, falou das dificuldades já que nem sempre a sociedade percebe as especificidades das pessoas e acaba por não dar o devido valor as mesmas. Formado em Publicidade e Propaganda, sua entrada no curso foi marcada pela descrença de pessoas ao redor, que acreditavam que por ser cego ele não conseguiria passar.
Outra barreira foi em relação à disponibilidade de material acadêmico e à falta de profissionais capacitados, porque, apesar de a universidade ter os recursos, as pessoas não sabiam como utilizá-los. Por saber, Milton acabou sendo convidado a ensinar aos profissionais da casa como usá-los.
Apesar de existirem projetos, as pessoas ainda precisam aceitar, valorizar, respeitar e aprender com as pessoas que possuem algum tipo de deficiência, que dando diversos exemplos nos mostram do quanto precisamos conhecer para viver em uma sociedade melhor.