Pibid Unicap discute a formação do professor
|O Programa de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Católica de Pernambuco (Pibid Unicap) realizou nos dias 16 e 17 de outubro a Formação Continuada. O tema geral deste ano foi “Formação de Professores: debate de questões”. O encontro aconteceu das 14h às 18h, no Auditório Inácio de Azevedo, 1º andar do bloco B da Católica.
Ampliar o debate sobre a formação docente, favorecendo a reflexão crítica sobre saberes indispensáveis à melhoria da qualidade da educação básica e socializar as experiências vivenciadas pelos egressos do Pibid/Unicap 2012 e seus rebatimentos na atuação profissional foram os objetivos da Jornada.
A coordenação institucional do Pibid e de gestão dos processos educacionais é compartilhada pelos professores Maria do Carmo Motta e Luiz Carlos Marques. Ambos conversaram com a reportagem do Boletim Unicap.
O professor Luiz Carlos Marques disse que a Formação Continuada torna os participantes professores melhores. “As nossas jornadas de formação continuada são voltadas para nossos bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), que estão trabalhando em sete escolas públicas estaduais aqui no entorno da Universidade. Nós estamos nos formando para atender melhor a essas escolas. Estamos aprendendo, juntos, a sermos professores melhores. Um dos desafios é aproveitar, ao máximo, as tecnologias que já estão à disposição nas escolas e que até agora não são aproveitadas por falta de conhecimento, falta de Know-how no uso da tecnologia, no uso dos equipamentos. Então, desde o ano passado que nós estamos buscando construir conhecimento prático, no sentido de não só teorizar, mas transformar essas teorias em jogos e material didático e audiovisual. A nossa jornada tem essa finalidade vender um pouco a ideia de desafio porque são os nossos alunos que, no fundo, vão ter que construir tudo isso.”
A professora Maria do Carmo Motta fala sobre a importância da jornada. “O processo de formação continuada dos pibidianos de maneira geral, tanto os alunos, como coordenadores, supervisores das escolas e até os gestores é um momento de aprofundamento, de discussão, de troca, de partilha sobre os assuntos didáticos pedagógicos mais recentes e onde há uma demanda muito grande. Os assuntos que estão sendo debatidos aqui foram sugeridos pelos próprios alunos, supervisores, gestores das escolas. O objetivo é exatamente esse, que os conteúdos apresentados aqui sirvam para melhorar e qualificar cada vez mais o trabalho educativo das escolas.
No primeiro dia, os participantes assistiram às palestras: “O lugar das mídias digitais no processo de ensino aprendizagem”, ministrada pelo coordenador do curso de Ciências Biológicas, professor Luiz Vital Cunha, e “Relações interpessoais na comunidade educativa: potencialidades/fragilidades”, ministrada pela coordenadora de área Pedagogia, professora Olga Albuquerque.
“O lugar das mídias digitais no processo de ensino aprendizagem” – professor Luiz Vital Cunha.
O objetivo da palestra foi mostrar que é possível usar ferramentas tecnológicas para desenvolver atividades nas escolas em que os pibidianos participam. Segundo o professor Luiz Vital Cunha, as escolas já possuem os recursos disponíveis e, em função da rotina d, muitos professores não têm tempo de planejar ou de tomar conhecimento das possibilidades de poder ajudar na construção do conhecimento dessas tecnologias, surgiu a necessidade dessa capacitação.
Foram apresentadas, aos Pibidianos e professores das escolas, mídias que podem ser trabalhadas em qualquer escola, qualquer conteúdo, qualquer grupo de alunos. Basta ter a ideia, escolher a mídia e aplicar. As mídias abordadas pelo professor Vital foram Rádio, Vídeo e Jornal por serem mídias diferentes, com recursos diferentes. Essas mídias, podem trabalhar um conteúdo como “Dengue” na forma de rádio, vídeo e jornal.
O foco foi mostrar como se pode trabalhar conteúdos utilizando essas mídias de forma interdisciplinar, de forma colaborativa e de forma compartilhada, facilitando o acesso a esse conhecimento gerado. Essa socialização do conteúdo se dá, segundo o professor Vital, por meio da computação em nuvem, que parece complicado, mas é simples e que crianças já usam, sem saber, e o professor precisa apenas tomar conhecimento para poder orientar os trabalhos e tirar melhor proveito das ferramentas tecnológicas disponíveis na escola.
“Relações interpessoais na comunidade escolar: potencialidades/fragilidades” – professora Olga Albuquerque.
Foi abordado o que é torna frágil as relações interpessoais, apontando os principais elementos que levam a essa fragilização, como a violência, a intolerância, os preconceitos , as tecnologias de informação e comunicação (TIC) que trouxeram benefícios para a humanidade, mas que, por outro lado, afastam as pessoas, como o individualismo, a dificuldade de convivência com as diferenças individuais e o hedonismo, que fazem com que o homem corra atrás da satisfação própria do prazer, sem se preocupar com o outro ao seu lado.
Quanto às potencialidades, foram apresentadas como possibilidade de uma convivência melhor questões vinculadas aos pilares da educação do Século XXI, que é o aprender a viver junto com o outro. Nesse conviver, vê-se que essa convivência passa pela descoberta do outro, de quem é esse outro, de uma aproximação maior com ele, para perceber as suas necessidades, seus sentimentos e pela descoberta de si mesmo, levando empatia. Segundo a professora Olga Albuquerque, o grande segredo das relações interpessoais é a empatia pelo outro, se colocar no lugar do outro, pois dessa forma a pessoa passa a ter um olhar diferente para ele do que se teria se não estivesse olhando do próprio ponto de vista.
No segundo e último dia do encontro, foi realizada a palestra “Argumentatividade e Comunicação”, proferida pelo professor Robson Teles Gomes, e a mesa-redonda “A experiência do Pibid no processo de formação de professores: impactos e perspectivas”.
“Um momento muito rico essa partilha dos alunos que já deixaram o Pibid mostrando como essa experiência os favoreceu, os ajudou na formação docente. Os impactos que esse trabalho do Pibid tiveram na formação deles, como também as perspectivas que foram abertas com isso”, explica a professora Maria do Carmo Motta.