Por um espaço público cidadão
Qual a relação do espaço público e com o cidadão? Essa foi a pergunta feita pelas professoras Maria Lourdes Carneiro da Cunha Nóbrega, Clarissa Duarte Câmara, Andréa Câmara, Paula Maciel Silva e Ana Luisa Oliveira Rolim, todas integrantes do corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNICAP que no intuito de por em discussão aspectos urbanísticos que vem sendo bastante debatidos no Recife dos dias atuais, iniciaram em parceria com o Senge PE (Sindicato dos Engenheiros do Estado de Pernambuco) a cartilha “Por um espaço público cidadão”. Dividida em 3 volumes, a cartilha foi construída de forma bastante dinâmica, utilizando uma linguagem simples. Dessa forma facilitando a compreensão da leitura e ampliando o alcance do material proposto.
Na noite desta terça feira, ocorreu a divulgação da cartilha no auditório G1 da Universidade Católica, onde a professora Maria de Lourdes expôs o material do primeiro volume: “O encontro do edifício com a rua”. Nele se discute a relação entre os grandes paredões (tendência dos novos edifícios na cidade do Recife) e a violência urbana. Ao observar o número de paredões e os novos conceitos estéticos recifenses, a cartilha nos apresenta uma enorme quantidade de paredões e grandes prédios cercados. Esse ponto acaba por interferir no número de assaltos na cidade, como o bairro de Setúbal (um dos bairros com o maior índice de assaltos da cidade) além de proporcionar uma sensação de privação do morador com a rua. Um ótimo exemplo desse fato é o curta-metragem Praça Wall Disney (de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira) que retrata o dia a dia da Praça Wall Disney, em Boa Viagem, no filme crianças brincam nos playgrounds dos prédios vizinhos a praça enquanto a praça em si permanece completamente abandonada devido a falta de segurança da região, que é fortalecida pelos grandes paredões dos prédios, deixando as ruas completamente desertas.
Apresentando exemplos como Nova York, Toronto e Ipanema, as professoras nos mostram que cidades mais abertas para o público, com praças, grandes calçadas e maior acesso ao edifícios são não apenas mais seguras, uma vez que estão sob constante vigilância social, são também mais belas e agradáveis esteticamente. Ainda serão publicadas outras duas edições, que irão tratar de mobilidade urbana e patrimônio público (respectivamente).
Após o final da palestra da professora Maria Lourdes, a palavra foi passada para o Vice-Presidente do Senge, Roberto Freire, que veio a universidade para divulgar o trabalho do Senge Jovem, projeto que visa aproximar estudantes de todas as Engenharias para o sindicato dos engenheiros, no intuito de por em discussão os rumos da engenharia com os estudantes de qualquer período, além de torná-los cientes de seus direitos através de debates e ações pela inovação. Para situar os estudantes, o palestrante contextualizou a ação sindical dos engenheiros, passando pelos principais pontos históricos e conquistas e inovações na profissão. Para participar do Senge Jovem basta entrar em contato com o Senge-PE e se registrar como aspirante pagando uma pequena taxa mensal. Para mais informações basta entrar em contato com o sindicato pelo e-mail sengejovem@gmail.com, além do site www.sengepe.org.br, da fan page do Facebook SindatodosEngenheirosPE e do Twitter @SengePE.
