Religiosidades e causa indígena é tema do Fórum Inter-religioso da Unicap no dia 21 de outubro
|Próximo dia 21, das 17 às 18h30, no auditório do CTCH da Católica de Pernambuco, vamos tratar de uma questão séria e antiga. É que os representantes do agronegócio tentam convencer a sociedade brasileira de que “um filho de indígena quando nasce já tem grande extensão de terra para viver”. Lamentavelmente, os governos que se sucedem no Brasil reproduzem o modelo de desenvolvimento que promove a concentração e a exploração da “Mãe Terra”, atentando contra a vida dos povos e comunidades do campo: nos oito anos de governo do ex-presidente Lula e nos dois primeiros da presidente Dilma, 560 índios foram assassinados no Brasil – média de 56 por ano.
O Brasil contou, no Censo de 2010 (baixe aqui a publicação), 305 etnias indígenas. Na época da conquista, há 500 anos, eram mais de mil povos com uma população de aproximadamente cinco milhões. Os 305 povos de hoje somam uma população de 896 mil indígenas, dos quais 36,2% vivem em área urbana e 63,8% na área rural. São os herdeiros despossuídos de uma “terra de males em fim”, devido à exclusão dominadora que o projeto colonial deflagrou.
Esses povos lutam atualmente contra o mito que a sua história começou com a conquista branca e contra o mito de que a globalização neoliberal significaria o “fim da história”. Nesses povos não há ricos nem pobres. Uma das regras básicas é o direito que uma pessoa tem de pedir ao outro o que deseja e as festas são momentos privilegiados de se praticar a economia do dom, a reciprocidade grupal. Como as religiões devem encarar a dança dessa gente por uma “Terra Sem Males” e o chamado místico da sua “Mãe Terra”?! Venha discutir essa questão com a equipe do CIMI, Saulo Feitosa, Francisco Bispo e Edson Silva, além de representantes do povo Xucuru, no Fórum Inter-religioso da UNICAP.