Boletim Unicap

Capela de Nossa Senhora de Fátima recebe o reconhecimento canônico de Santuário

No último domingo (13), o povo recifense celebrou o reconhecimento canônico da conhecida Capela de Fátima do Colégio Liceu Nóbrega, localizada na Rua do Príncipe, à condição de Santuário. Com o templo cheio, um total aproximado de 1.500 fiéis e vários padres da Arquidiocese de Olinda e Recife, a missa foi presidida por Dom Fernando Saburido, bispo desta arquidiocese.

Toda a celebração foi marcada pela participação vigorosa do povo que, de muitas maneiras, expressava sua fé à N. Sra. de Fátima. Houve uma grande participação dos fiéis assíduos do Santuário que o frequentam inclusive como uma tradição familiar, como a estudante Bruna Cruz, de 20 anos, que disse que desde criança participa da missa dominical no Santuário juntamente com sua família, e que estava muito contente por estar presente a essa celebração.

Havia também muitos fiéis de outras paróquias, como é o caso de Osivan Júnior, 43 anos, membro da Paróquia do Cajueiro, que veio para prestigiar o evento por devoção a Nossa Senhora e por sua alegria pelo reconhecimento da condição do templo a Santuário. “Era preciso este reconhecimento porque aqui no Recife temos muita devoção a Maria”, disse.

Pe. Roberto Barros

Além das leituras da Palavra de Deus, comuns à celebração eucarística, também foi lida uma carta do Provincial dos Jesuítas do Nordeste, Padre Miguel Martins, que teve como seu porta-voz o Padre Roberto Barros. Em sua carta, Padre Miguel, que também já foi Reitor do Santuário de Fátima, expressou sua gratidão a Dom Fernando e aos jesuítas que contribuem com essa missão e, sobretudo, agradeceu ao povo recifense por sua fé, e pediu que continuassem com sua dedicação ao Santuário. “Isto é para nós motivo de imenso júbilo. Mas, ao mesmo tempo, é um chamado a um compromisso: que todos nós, os devotos de Nossa Senhora de Fátima, assumamos em nossas vidas a luta cotidiana pela Paz. Que a nossa devoção a Nossa Senhora seja acompanhada por um profundo e consistente compromisso com o serviço aos pobres e à luta pela Justiça. Que neste Santuário, chamado por Dom Helder de ‘Catedral da Juventude’, os jovens encontrem um espaço privilegiado para crescer na fé e cultivar e celebrar o seu sonho de construir uma sociedade mais parecida com o que Deus deseja”, dizia a carta.

Pe. Antônio Mota

A relevância desse reconhecimento é marcante pela oficialização canônica e também porque isso representa um valor muito simbólico tanto para os jesuítas, responsáveis pelo Santuário, como para os católicos desta cidade. O atual Reitor do Santuário, Padre Antônio Mota, diz que, embora o reconhecimento tenha sido efetivado agora, há muito tempo já se cultivavam certas práticas próprias de um Santuário: o tipo de acolhimento ao povo de Deus, o compromisso cristão e social na cidade, e o modo de evangelizar e promover a devoção mariana. Padre Mota também disse que o grande desafio agora é atualizar a mensagem dada em Fátima aos pastores a um contexto diferente daquele. Mas que “o principal conteúdo de sua mensagem era o apelo à paz, e isso hoje podemos traduzi-lo em uma visão eclesial de paz e justiça para o povo de Deus”, disse.

Em sua homilia, Dom Fernando explicou as características de um santuário e seu papel para a propagação da fé católica. E enfatizou a importância da devoção mariana. ” O Santuário acontece a partir de uma história, de um sentimento do povo, de um sinal de Deus para que de fato aquele local seja reconhecido como um local especial, onde graças acontecem, onde o povo de Deus se sente de fato acolhido e em casa”.

Antes da conclusão da missa, Padre Clovis Cabral leu a Ata em que se registrou o evento. E, em seguida, Dom Fernando deu a bênção final para a conclusão do ato litúrgico. Em continuidade, os fiéis sairam em procissão seguindo a imagem de Nossa Senhora de Fátima pelas ruas próximas ao Santuário.

Maria Silva e dona Maria José

Maria Silva, funcionária do 1º Ciclo da Unicap, e dona Maria José, sua amiga, estavam muito contentes pela celebração. Ambas disseram que essa devoção era muito importante em suas vidas. “Tenho conseguido muita coisa boa através dela [N. Sra. de Fátima], por isso é muito importante que agora tenhamos esse reconhecimento do Santuário porque vai ser bom pra todos nós”, disse Maria Silva.

Jorge Peixoto e Áurea Peixoto

Havia fiéis de todas as idades e todos seguiram animados até o final. O senhor Jorge Peixoto, 80 anos, diretor do Hospital Português, e sua esposa Áurea Peixoto, 73 anos, recifense e filha de português, estavam muito contentes por reconhecer que o Santuário faz parte de sua história de vida. Jorge, que vive no Brasil há 40 anos, fala com satisfação de sua viagem à ainda capelinha de Fátima em Portugal no ato da coroação de Nossa Senhora de Fátima como rainha de Portugal, em 1942. E que sempre manteve essa devoção. Dona Áurea também contou com muita emoção sobre a contribuição de seu pai, o português Alfredo Fernando, entre os portugueses que ajudaram na construção da então Capela de Fátima.  “É muito bonito ver que essa fé que começou em Portugal foi trazida para o Brasil pelos portugueses e ainda é mantida, e cada vez mais se vê mais crescente. E agora com o reconhecimento do Santuário, eu acredito que vai aumentar ainda mais a manifestação de fé, talvez até venham peregrinações de outras cidades para cá também”, disse. Ela contou também que sua devoção à Nossa Senhora de Fátima aumentou ainda mais quando esteve no Santuário em Fátima, Portugal, em 13 de maio de 1967, quando pode ver de perto a Irmã Lúcia, a única das três crianças viva para quem apareceu Nossa Senhora.

A conclusão de toda a comemoração foi encerrada com a inauguração da placa que registra a “Elevação canônica da primeira Igreja dedicada, no mundo, à Mãe de Deus Nossa Sra. de Fátima como Santuário arquidiocesano”. Após esse ato, o povo voltou a entrar na Igreja para receber as rosas, símbolo da devoção à Virgem de Fátima.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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