Boletim Unicap

Católica recebe visita de Alison Cerutti, o Rei da Praia

Foto: Jéssica Pimentel

Por Carolina Oliveira

No Recife para participar do Circuito Banco do Brasil — que começa nesta sexta-feira (2) em arena localizada na Praia do Pina — o jogador de vôlei de praia Alison Cerutti dedicou a tarde do dia 1º de março a uma visita à Universidade Católica de Pernambuco. O momento rendeu a troca de experiências com atletas da casa e com os times de vôlei da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Cerca de 50 pessoas se reuniram na quadra do bloco A para trocar experiências com o atleta. O encontro terminou em meio a saques e bloqueios.

À medida em que os presentes concentravam suas energias para o encontro com o jogador, a equipe Red Bull, patrocinadora do atleta, se preparava para a recepção. Durante o diálogo, Cerutti tratou a respeito do início de sua carreira: “Minha mãe me inscreveu em uma escola de vôlei. Foi contra minha vontade porque, na época, eu enxergava esse esporte como algo feminino. Até que chegou uma hora que meu pensamento amadureceu, e foi aí que eu me entreguei à atividade”, lembrou o atleta.

Diante das curiosidades e questionamentos dos presentes, Alison discorreu sobre temas diversos. O diálogo contemplou pontos que iam desde a estreita relação com Emanuel — sua dupla nos jogos — até a discussão sobre a cautela necessária para o uso de medicamentos, tendo em vista o rigoroso sistema antidoping.  Perguntado sobre a influência que os atletas exercem diante de seus fãs, o campeão mundial argumentou: “Nossas atitudes, enquanto esportistas, geram influência diante do público. Devemos tomar cuidado, porque o que nós fazemos pode ser reproduzido por uma criança que nos tem como espelho. Quando o estímulo a atitudes positivas prevalece, é interessante”.

Através do bate-papo, estudantes das três universidades puderam conhecer um pouco mais o fenômeno das areias. Mas foi durante o “Desafio do Bloqueio” que o grupo de jovens testou suas próprias habilidades perante o Mamute, apelido pelo qual Alison é conhecido. A atividade colocou o campeão para bloquear os saques lançados pelos universitários, até que Júlio Cesar Acioly — aluno do 4º período do Bacharelado da Escola Superior de Educação Física (UPE) — se destacou por conseguir um ataque efetivo contra Cerutti. O aluno foi premiado com a camisa utilizada pelo atleta durante o Mundial de Vôlei, em 2011.

O jogador, ao final, dedicou alguns minutos  para o Boletim Unicap.

Como você avalia o cenário do vôlei de praia no Brasil?

O voleibol de praia é um esporte novo, que tem 22 anos de existência. Ele vem crescendo muito no nosso país e, mundialmente, é o segundo esporte mais vendido em uma Olimpíada — quase todos os ingressos para a Olimpíada deste ano já foram vendidos. Então, isso é fruto de um grande reconhecimento. Além disso, no Brasil, todas as arenas têm entrada franca, o que é um grande estímulo ao acesso.

Com os Jogos Olímpicos de Verão, que neste ano serão realizados em Londres, a visibilidade da dupla ganha impulso. Qual a preparação para alcançar bons resultados na capital inglesa?

Na verdade, essa preparação já vem sendo feita desde 2010, quando foi firmada a parceria (com Emanuel Rego). Temos uma grande equipe, composta por muito mais do que dois profissionais: contamos com o acompanhamento de psicóloga, além de uma ampla estrutura de apoio físico — que conta com um fisiologista e uma fisioterapeuta. Esse conjunto gera melhores resultados dentro de quadra.

E o cuidado com a alimentação?

A gente toma muito cuidado, principalmente agora, na volta das férias. No período de janeiro e fevereiro, costumamos ficar um pouco “gordinhos”, acima do peso. Mas temos uma preocupação muito grande relativa à alimentação, e acredito que já atingimos um patamar quase ideal, que será mantido até o final do ano.

Para finalizar, que tipo de aprendizagem o vôlei de praia traz ao atleta?

Sem dúvida nenhuma, apesar de ser um esporte coletivo, por sintonizar duas pessoas em quadra, o vôlei de praia também pode ser considerado uma modalidade individual: ele depende muito de quem está em jogo. Isso traz uma lição a respeito das consequências das minhas escolhas. Então, se eu tenho a escolha de treinar, me dedicar, dormir cedo, eu vou ter bons resultados. Se minha escolha for outra, consequentemente eu não terei um resultado positivo. Apesar de haver toda uma equipe por trás, a atitude do jogador acaba sendo decisiva. Tem também a questão de convivermos muito na praia, viajando: isso acaba desfocando um pouco, então temos que tomar muito cuidado em relação a nossas prioridades, aprendendo a administrá-las. Por outro lado, o fato de conhecermos muitos lugares nos traz uma bagagem intensa.

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