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Fórum sobre envelhecimento discute as questões da memória

Quem participou do Fórum Sobre Questões do Envelhecimento na tarde desta terça-feira (13) aprendeu um pouco mais sobre como preservar e melhorar as funções da memória. A atividade reuniu dezenas de pessoas no auditório G1. O público foi recebido ao som dos músicos do grupo Wave. A coordenadora do curso de Terapia Ocupacional, professora Márcia Crócia, e a psicopedagoga e psicóloga clínica, Rita Simone Costa, foram as palestrantes.

O diretor do Centro de Ciências Biológicas, professor Aranildo Rodrigues, deu as boas-vindas destacando a importância do tema e citando o exemplo da neurocientista italiana Rita Levi Montalcini, de 103 anos, que continua na ativa. “Aposentar-se significa destruir o cérebro. Mantenha o cérebro com ilusões, faça com que ele trabalhe e ele nunca se degenerará”, disse o professor ao reproduzir frases da neurocientista e ao desejar a todos uma “ótima palestra”.

Coube à professora Márcia Crócia abrir os trabalhos. Ela explicou as mais diversas áreas da memória, desde a autobiográfica até a episódica. Segundo dados apresentados pela professora, metade dos idosos se queixa de problemas de memória. “Nem todo o esquecimento significa que a pessoa esteja desenvolvendo um tipo de demência”, ressaltou.

A dificuldade em definir conceitos como, por exemplo, a de que um cachorro é um animal, desconhecimento de vocabulário, não reconhecimento de  fatos ou ‘desaprender’ a usar aparelhos do dia a dia são sinais, de acordo com a professora, de que as coisas não vão bem com a memória. E ela elencou hábitos que podem atrapalhar o desempenho da memória como má alimentação, pouco sono, falta de atividades, rotina não-significativa, ausência de objetivos ou motivações.

“Não há problema nenhum em recorrermos a ferramentas externas como agendas, quadros de aviso ou ímãs de geladeira para lembrarmos das coisas. Isso é saudável e eficiente”, explicou a professora que deu outras dicas de como otimizar a memória através de técnicas de agrupamento e fragmentação. Ela usou como exemplo o número 114536127. Lido algarismo por algarismo, a memorização fica mais difícil. O que não ocorre quando se agrupa: (11) 453-6127. Já a sequência mesa, rosa, cadeira, elefante, cravo e zebra se grava melhor quando se une mesa, cadeira, rosa, cravo, elefante e zebra.

A segunda etapa da palestra foi ainda mais instigante. A psicopedagoga Rita Simone utilizou o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), desenvolvido pelo psicólogo romeno-judeu Reuven Feuersteins. Ele conviveu com pessoas que tiveram privações cognitivas durante a Segunda Guerra Mundial e criou o método para melhorar a deficiência de aprendizagem das vítimas do horror. O sistema consiste na receptação da informação (In Put), processamento e emissão do que foi decodificado (Out Put). Tais termos em inglês são usados em eletroeletrônicos como DVD´s.

Uma das técnicas desse processo consiste em exercícios de ligação de pontos para a formação de figuras geométricas como quadrados e triângulos. Fichas foram distribuídas entre o público para a elaboração das figuras. “O sistema tanto previne perdas como gera incremento. Ele faz você criar estratégias de memória”, explicou Rita.

Participantes recebem fichas com exercícios para a memória

Confira abaixo as próximas edições do Fórum Sobre Questões do Envelhecimento a serem realizadas sempre no auditório G1, das 14h30 às 17h:

4 de outubro – Previdência Social e aposentadoria: direitos da pessoa idosa. 

Convidados: Dlara Siqueira de Melo e Jurandir Liberal       

1º de novembro – O tempo não para: reflexões sobre a (in)finitude

Convidados: Vânia Maria Ferreira e Frei Aloísio Fragoso

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