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Pesquisas sobre ética e teorias do jornalismo são apresentadas no 13º ENPJ

A tarde do segundo dia do 13º ENPJ foi reservada ao 9º Ciclo Nacional de Pesquisa em Ensino e Extensão em Jornalismo. O evento consistiu na apresentação de trabalhos de grupos de pesquisa (GPs), que aconteceu nas salas do bloco G4, da Universidade Católica de Pernambuco. O GP “Ensino de Ética e de Teorias do Jornalismo” reuniu cinco trabalhos de profissionais e pesquisadores de todo o Brasil. Foram abordadas diferentes visões sobre ética, jornalismo e ensino acadêmico. O professor Sérgio Luiz Gadini coordenou a sessão.
 
O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rogério Christofoletti, apresentou uma pesquisa feita com professores da disciplina de ética das 100 universidades mais antigas do país. “O trabalho é um ensaio de como as disciplinas são oferecidas, os conteúdos tratados, quando e como ela é ensinada”, explica.
 
Segundo Christofoletti, a opção por essas instituições de ensino atinge a antiguidade e amplitude. Em termos geográficos, os focos foram graduações de 18 estados e do Distrito Federal. O procedimento metodológico buscou informações sobre a grade curricular, ementas e projetos. Além disso, houve a aplicação de um questionário, onde apenas 35 instituições responderam. A análise se debruçou na variação dos nomes de disciplina, no perfil dos professores, carga horária, dinâmica e principais dificuldades.
 
O professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Heitor Rocha, apresentou uma pesquisa que vem sendo realizada há quase dez anos. O tema abordado foi sobre a legitimação social como referência ética do Jornalismo. O docente enfatizou que não dá para separar a ética da técnica no campo da profissão. Segundo ele, o compromisso com o lucro não é o único fator que compromete as coberturas jornalísticas. Além deste, o posicionamento político ideológico interfere na ética do trabalho. “É importante ter espaço para área científica nesse encontro, porque é fundamental que os grupos debatam as teorias”, destacou.
 
A terceira debatedora, a professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Verônica Sayonara de Góis, explorou a questão sobre a ausência do código de ética nas redações de empresas jornalísticas.  A jornalista já atuou em redações e, de acordo com ela, a análise surgiu a partir dessas experiências. Para Verônica, é preciso que os profissionais repensem a auto-regulamentação do jornalismo a partir do código.
 
Já a professora da Pontifícia da Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC–RJ), Luisa Prochnik, apresentou uma análise sobre a importância de lecionar sobre as teorias do jornalismo e sobre os novos desafios gerados com as transformações. Durante a abordagem, ela exemplificou e resumiu algumas delas. “Defendemos a importância das teorias do jornalismo como conhecimento indispensável para a formação do profissional, para que eles possam entender o que estão fazendo”, afirmou.
 
O valor do trabalho do jornalista nas práticas profissionais foi o conteúdo abordado pela professora da Universidade de São Paulo Alice Mitika Koschiyama. De 2007 a 2009, a docente fez leituras da revista Imprensa, quando levantou uma série de reflexões e comparações de posicionamentos diferentes do então diretor-editorial Rodrigo Manzano e do ex editor-executivo Pedro Venceslau.  As visões conflitantes refletem a respeito de como o jornalista deve atuar. “A importância de discutir trabalhos de pesquisas está ligada ao fato de nós fazermos uma sistematização teórica das ações jornalísticas. Percebemos que grupos buscam novas visões a respeito do ensino”, pontua.  Segundo ela, a iniciativa também propõe melhorar as pessoas para o campo da pesquisa e do mercado de trabalho.

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