Boletim Unicap

Católica realiza capacitação sobre Gênero e Violência Contra a Mulher

Fotos: Carlos Vieira

Em parceria com a Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco, a Universidade Católica de Pernambuco realiza a capacitação Gênero e Violência Contra a Mulher. O curso, que começou na segunda-feira (14), tem duração de duas semanas. O objetivo é ampliar e melhor qualificar os mecanismos de aplicação da Lei Maria da Penha e realizar a capacitação dos profissionais da Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência.

A coordenadora do curso de Psicologia da Católica e coordenadora pedagógica da capacitação, professora Albenise de Oliveira Lima, disse que a ideia dessa parceria surgiu porque a Católica tem um núcleo de estudo sobre gênero e desenvolve pesquisas sobre a violência contra a mulher. A parceria foi feita por intermédio da professora do curso de Direito da Unicap Andrea Campos. A Secretaria da Mulher realizou uma licitação e a Universidade Católica de Pernambuco foi a vencedora.

“Nós estamos cobrindo todo o Estado de Pernambuco. Dividimos o Estado por zonas e cada zona vai ser sede do curso. Recife pegou toda a área metropolitana; depois temos Petrolina; Nazaré da Mata; Pesqueira e Palmares. Todas as cidades vão estar presentes nessas zonas. Nós pretendemos com isso que a Lei Maria da Penha seja mais divulgada e que ela seja aplicada na íntegra, porque hoje em dia, os próprios funcionários que lidam com a Lei não estão sabendo aplicá-la adequadamente”, explica a professora Albenise Lima.

Nesta terça-feira (15), a educadora feminista Rosana Lucena apresentou, na sala de teleconferência, no térreo do bloco G4, a palestra Gênero e Educação Sexista. Nela, Rosana resgata historicamente a construção social da desigualdade de gênero e a formulação dos papéis sociais de homens e mulheres.

Ainda para Rosana, a desigualdade de gênero não está dissociada da desigualdade de raça e etnia e da desigualdade de classe social. “É muito importante que se pense como as mulheres, em situação de violência, são marcadas por essas desigualdades e, justamente por que, elas têm tanta dificuldade de romper com o ciclo de violência, uma vez que elas foram socializadas nessa cultura machista, patriarcal, de dominação do masculino sobre o feminino”, ressalta Rosana Lucena.

A palestrante falou também sobre a importância da capacitação. “Essa capacitação é fundamental. A Secretaria da Mulher tem um papel fundamental de articular a Rede Estadual de Enfrentamento à Violência e de está dando capacitação para os agentes cuidadores. Nós temos aqui psicólogas, assistentes sociais, policiais civis, policiais militares e operadores de direito. São pessoas que estão em lugares chaves, estratégicos, dentro da Rede de Proteção às Mulheres e sendo melhor preparados, sendo sensibilizados, tendo argumentação jurídica e melhor preparo conceitual para lidar com a realidade. Certamente, vão fazer um melhor papel e vão melhorar a prestação das políticas públicas para as mulheres em situação de violência. Nós acreditamos no sistema de capacitação continuada. O ideal é que as pessoas possam estar, de tempos em tempos, revendo sua prática, trocando experiências, aprendendo novos conceitos e aprimorando o seu trabalho, para que a gente possa, efetivamente, ajudar, proteger, promover os direitos humanos das mulheres.”

A reportagem do Boletim Unicap ouviu alguns participantes da capacitação sobre a sua importância  na vida profissional deles.

Eliane Cavalcante – coordenadora da Coordenadoria da Mulher de Olinda

“Essa capacitação é importante para todos os organismos de política para a mulher, porque ela fortalece, dá mais conteúdo para que a gente esteja muito mais preparada para a questão do enfrentamento da violência e da política da mulher no geral, em todas as formas. Quando a gente vem para uma capacitação dessas, a gente pega conteúdos que aprofundam, melhoram e aprimoram a nossa vivência e nosso conhecimento na área de políticas públicas para a mulher.”

Valbério Henaulth (Valber) – Comissário da 1ª Delegacia da Mulher de Santo Amaro

A expectativa com esta capacitação é a melhor possível. Eu estou na polícia há 24 anos e esse é um momento ímpar de capacitação. Eu vou apender aqui e vou servir com agente multiplicador no meu dia a dia, na minha esfera profissional. Isso aí pra mim é muito importante, a gente está sempre se reciclando, aprendendo. O estado dá oportunidade do profissional de polícia se reciclar, se especializar para exercer sua atividade no cotidiano.

Ten. Juliani Santana – Secretária do Comandante do 18º Batalhão

Nós lidamos diariamente com muitas situações de violência contra a mulher e essa capacitação nos proporciona um contato maior com a teoria, com a legislação, com a atualização do que é publicado. Porque, às vezes, a gente que está na ponta trabalhando não tem acesso às novas publicações, às jurisprudências de alguma atitude que a gente venha tomar. A gente lida com vidas, lida com seres humanos, então essa capacitação é fundamental na nossa profissão, para que a gente possa desempenhar melhor o nosso trabalho.

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