Boletim Unicap

50 anos do golpe e a nova agenda da Justiça de Transição são debatidos na Católica

O painel de abertura do Congresso Internacional 50 anos do golpe e a nova agenda da justiça de transição no Brasil contou com a participação de importantes palestrantes, entre os quais Anthony Pereira, Luis Nassif, Luís Eduardo Soares, Iara Xavier Pereira e Alberto Filipi. Eles falaram sobre as violações aos direitos humanos ocorridas na ditadura, os limites atuais da responsabilização dos agentes torturadores e da Justiça de Transição (que abarca mecanismos para a passagem de regimes ditatoriais para os democráticos). Os temas abordados prenderam a atenção do grande público que esteve presente no auditório G2 da Universidade Católica de Pernambuco, na manhã desta segunda-feira (10).

Na ocasião, o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, enfatizou a necessidade de se avançar na construção da verdade, da reparação e da memória e de se reconhecer que os crimes contra a humanidade são imprescritíveis para que tais atrocidades não se repitam na história. “Ao olhar para trás e resgatar a história de meio século do Brasil, nos vemos, no tempo presente, diante de um processo transacional ainda pendente de necessidades de exercício da memória, da justa homenagem às vítimas, das novas formas de reparação e da busca por justiça”, ressaltou Paulo Abrão.

Comentando do ponto de vista de suas áreas específicas, os componentes da mesa falaram sobre o tema 50 anos: o que restou da ditadura. O primeiro a falar foi o historiador inglês Anthony Pereira. Mesmo com um ótimo português, Anthony pediu desculpas pelo sotaque inglês. Ele  enfatizou na sua apresentação que é muito difícil os brasileiros se preocuparem com os crimes ocorridos na ditadura quando o país convive diariamente com altos índices de violência.

Logo depois, foi a vez do  jornalista Luis Nassif falar. Ele fez um paralelo entre mídia e política. Nassif lembrou da importância da imprensa para a formação da opinião pública. Como exemplos, ele lembrou das eleições de 1877 nos EUA e da atuação da imprensa no período da ditadura no Brasil.

Já Iara Xavier Pereira colocou um olhar familiar sobre o tema. O cientista político Luis Eduardo Soares, por sua vez, veio do Rio de Janeiro para dar um olhar mais político ao debate. Por fim, a palestra seguiu com perguntas e comentários da plateia.

Até sexta-feira (14), devem passar pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) cerca de 500 pessoas de 16 países, dentre acadêmicos e membros do Ministério Público do Brasil e de outros países e representantes de entidades nacionais e internacionais que se relacionam com a Justiça de Transição, especialmente na América Latina.

MENSAGEM DO REITOR

Antes do painel de abertura, foi exibido um vídeo com uma mensagem do Reitor da Universidade Católica de Pernambuco, Padre Pedro Rubens, que não esteve presente ao evento por estar participando de encontro da Federação Internacional das Universidades Católicas em Madri, na Espanha.

Pe. Pedro lembrou de um episódio tenso que acontecera no campus da Unicap na época da ditadura. O momento em que ele enfatizou a importância de  Dom Helder Camara  e do ex-estudante de jornalismo Ricardo Noblat para a Unicap e arrancou sonoros aplausos da plateia.

com informações:
Ministério da Justiça

 

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