CONSTRUÇÃO DA ESPACIALIDADE DE PERNAMBUCO COLONIAL E O PROCESSO DE INVISIBILIDADE INDÍGENA E AFROS
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2024.v11n21.p221-241Palavras-chave:
Território, Diáspora, Lugar e IdentidadeResumo
Na década de 1990 iniciou-se um distanciamento epistemológico das Ciências Humanas e Sociais das metodologias taxonômicas que categorizam grupos humanos em classes sociais, analisando suas identidades sob uma perspectiva de produção e consumo. Novas práticas metodológicas emergiram da História Cultural e da Antropologia Histórica seguindo em direção ao entendimento das construções e expressões dos grupos humanos, em suas complexas relações com suas espacialidades socioambientais e socioculturais materializadas no seu conhecimento geográfico, hídrico, farmacológico, agrícola e, também vivenciadas em suas cosmologias, ritos, linguagens e tradições. A essas expressões humanas foi atribuído o conceito de identidade, cuja identificação foi realizada a partir da compreensão da construção de territórios físicos, geográficos junto aos territórios das vivências e sobrevivências dos grupos humanos, transmitidas ao longo das temporalidades, através de diferentes tradições das narrativas orais e visuais descritas nas crônicas e documentos oficiais dos colonizadores, mas também presentes na arquitetura das vilas, na composição da imaginária, na pintura e na morfologia dos elementos artísticos. Em Pernambuco, no período colonial (séc.XVII e XVIII), propomos uma identificação e análise das existências coentâneas entre os territórios dos conhecimentos e tradições socioculturais e socioambientais indígenas fronteiriços às espacialidades invadidas pelas ações colonizadoras institucionais da Igreja Católica e dos estados Ibéricos.
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