Eclesiologia e resistência. As críticas de Comblin e Papa Francisco ao poder pastoral

visões de mundo para além da janela

Resumen

Este artigo é fruto da Conferência de encerramento apresentada na II Jornada José Comblin, uma parceria dos Grupos de Pesquisa José Comblin da UNICAP e PUC-SP. Trata das críticas de José Comblin e do Papa Francisco ao poder pastoral, bem como das resistências a ele manifestadas ao longo da história. Parte de uma narrativa transmitida pelo Pe. Philippe Dupriez durante uma entrevista realizada em 30 de junho de 2017, em Ottignies, Bélgica. O motivo é a janela da sala de estar, pela qual o menino Comblin olhava demoradamente o que se passava na rua. Janela e sua simbologia é o pretexto para pensar o jogo de representações e suas implicações nas estratégias e tecnologias do poder clerical. “Para além da janela” é a expressão para mostrar a tentativa dos dois em escapar do que julgam uma armadilha e uma limitação negativa para a evangelização: os enquadramentos do poder clerical, expressos sobretudo pela Cúria Romana. O artigo se divide em três partes. A primeira aprofunda a significação da janela, por meio da primorosa análise de Michel Foucault do quadro As Meninas de Diego Velázquez, em As Palavras e as Coisas. A segunda, revela a visão de mundo do teólogo e do Papa para além da janela. A terceira mostra a crítica de ambos ao poder pastoral e os antídotos para  a libertação de suas amarras, assim como o caminho para liberdade no seguimento de Jesus, Ele sim o Bom Pastor.