A SOCIEDADE SENHORIAL E OS BATUQUES: REPERCUSSÕES NO DIÁRIO DE PERNAMBUCO 1840-1850
Palavras-chave:
Festa, Batuques, Espaço públicoResumo
A agenda de festa do Recife era muito intensa no século XIX o que ocupava as autoridades civis e eclesiástica, pôs o uso do tempo livre com ocupações de sociabilidades são um forte indicativo de tenções sociais pois podemos relacioná-los a economia, política e cultura. A aglomeração urbana era importante para uma construção social, tornando as relações entre as pessoas mais comuns o que facilitava encontros e reuniões. O grande movimento dos trabalhadores escravizados dava a esse aglomerado urbano um tom de preocupação a mais. Ao regulamentar as festas as autoridades buscavam impor um ritmo de vida na sociedade de acordo com a necessidade e realidade para um bom andamento social de acordo com o momento em que o país se encontrava, no entanto, a narrativa utilizada para limitar as diversas práticas sociais populares eram o controle da ordem e moral publica, além de alegar que as festas também poderiam atrapalhar o funcionamento de instituições públicas. As repercussões da prática dos batuques no cotidiano a partir do repúdio dos moradores dos locais onde eles aconteciam. Esses moradores, inclusive, não apenas se queixavam da incivilidade dos frequentadores desses espaços, materializada no barulho dos tambores, nas danças e cantorias, o que afrontava os próprios valores religiosos, morais comportamentais da sociedade senhorial. De modo geral, os periódicos explanavam as efervescências das ruas da populosa cidade, suas folhas serviam de palco políticos entre liberais, conservadores, republicanos e monarquistas, no entanto, nossa pesquisa foi voltada para o âmbito dos populares e suas manifestações na sociedade o que em partes se escondem nas colunas de menor interesse político, como aviso diversos e escravos fugidos.
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