O Ensino da Filosofia nas Instituições do ensino fundamental e universitário angolanos: da utilidade à essencialidade
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2024.v24n2.p37-60Palavras-chave:
Ensino da Filosofia, Angola, utilidade, instituiçãoResumo
O presente artigo aborda a questão gritante da importância essencial do Ensino da Filosofia, frequentemente questionado por sua utilidade, especialmente no contexto educacional angolano. Destaca a necessidade urgente de implementar o curso de Filosofia para formar profissionais academicamente preparados. Sob auspícios de filósofos da nossa contemporaneidade como Imbamba, Valentim, Pondé, e outros, este artigo argumenta que, apesar das sociedades utilitaristas, a Filosofia proporciona habilidades cruciais, como pensamento crítico e argumentativo, essenciais para formar cidadãos reflexivos. É imperioso analisar a relevância do ensino de Filosofia em instituições angolanas, considerando as dificuldades enfrentadas pelos professores. Aliás, o ensino da Filosofia não é um luxo acadêmico, mas uma necessidade crucial para o desenvolvimento intelectual e ético de todos os cidadãos. É de destaque importância a Filosofia enquanto disciplina vocacionada à promoção de competências essenciais, como análise, crítica e argumentação, fundamentais para sociedades democráticas. Diante da desvalorização das Humanidades, especialmente da Filosofia, resulta oportuno e tino fazer um apelo aos gestores públicos para humanizar Angola, integrando cursos humanísticos nos currículos para formar não apenas profissionais qualificados, mas também cidadãos conscientes e engajados. A Filosofia, ipsus factus, é apresentada como uma possível "tábua de salvação" para a nova juventude, proporcionando um espaço para questionamentos existenciais em meio a um sistema de ensino muitas vezes marcado pelo mercantilismo e falta de mérito acadêmico.
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