Se as Paredes Falassem: Política, Som, Alteridade
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2023.v23n1.p09-26Palavras-chave:
Barreiras, Musicologia, Filosofia político-crítica, Discriminação, Identidade, ContemporaneidadeResumo
Este artigo relaciona o tema filosófico do muro e barreiras com a musicalidade. Em várias épocas, a música teve um significado político progressista, enquanto o mundo contemporâneo expressa sua natureza regressiva em formas musicais comerciais e marketing sonoro. As formas fechadas e obsessivas do universo tecnológico parecem ser universos de liberdade expressiva enquanto, pelo contrário, a linguagem das formas harmónicas empobreceu-se e caracteriza-se muitas vezes por ritmos repetitivos com fortes repercussões identitárias. Por esta razão, o presente ensaio analisa o tema do muro referindo-se à música como forma expressiva e artística nascida para a comunidade e em si aberta. Muitas vezes hoje, porém, a música é usada para estratégias de marketing ou como veículo para supremacia racial, discriminação, xenofobia. Partindo da análise de expressões idiomáticas comuns como “se as paredes falassem” ou “as paredes também tivessem ouvidos”, este artigo centra-se na diferença entre a música utilizada como democracia/espaço aberto e como instrumento de regressão identitária forte e fechada.
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