Se as Paredes Falassem: Política, Som, Alteridade
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2023.v23n1.p09-26Palavras-chave:
Barreiras, Musicologia, Filosofia político-crítica, Discriminação, Identidade, ContemporaneidadeResumo
Este artigo relaciona o tema filosófico do muro e barreiras com a musicalidade. Em várias épocas, a música teve um significado político progressista, enquanto o mundo contemporâneo expressa sua natureza regressiva em formas musicais comerciais e marketing sonoro. As formas fechadas e obsessivas do universo tecnológico parecem ser universos de liberdade expressiva enquanto, pelo contrário, a linguagem das formas harmónicas empobreceu-se e caracteriza-se muitas vezes por ritmos repetitivos com fortes repercussões identitárias. Por esta razão, o presente ensaio analisa o tema do muro referindo-se à música como forma expressiva e artística nascida para a comunidade e em si aberta. Muitas vezes hoje, porém, a música é usada para estratégias de marketing ou como veículo para supremacia racial, discriminação, xenofobia. Partindo da análise de expressões idiomáticas comuns como “se as paredes falassem” ou “as paredes também tivessem ouvidos”, este artigo centra-se na diferença entre a música utilizada como democracia/espaço aberto e como instrumento de regressão identitária forte e fechada.
Downloads
Referências
AA.VV., Government and Opposition, Volume 38, Issue 1, Cambridge: Cambridge University Press, 2003, pp. 113 - 130.
AA.VV., Music and Conflict edited by John Morgano O’Connell and Salwa El Shawan Castelo Branco, Champaign: University of Illinois, 2010.
ADORNO T.W., Philosophy of New Music, Minnesota: Minnesota University Press, 2006.
BLACKING J., The Musical Sense, trans. Eric and Marika Blondel (Paris: Éditions de Minuit, 1980), See How Musical Is Man?, Seattle: University of Washington Press. 1973. -
BENJAMIN W., The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction, London: Penguin, 2008.
COLLI G., Filosofia dell’espressione, Milano: Adelphi, 1969.
DELEUZE G.; GUATTARI F., A Thousand Planes, Minnesota: University of Minnesota Press, 1987.
DONEGANI J.M., Music and Politics: The Language of Music – between Objective Expression and Subjective Reality in Raisons politiques, Volume 14, Issue 2, 2004.
ECO U., The Open Work, Harvard: Harvard University Press, 1989.
GARRATT J., Music and Politics. A Critical Introduction, Cambridge: Cambridge University Press, 2019.
HENWOOD B., The History of American protest music in https://www.vox.com/culture/2017/4/12/14462948/protest-music-history-america-trump-beyonce-dylan-misty
MASSAKA I., Music in the field of Political Sciences. Research, Questions and Trends in Polish Political Sciences, Vol. XLII, 2013.
NIETZSCHE F., Untimely Mediations, Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
STREET J., Music and Politics, Cambridge and Malden: Polity Press, 2012.
THOMSON R., The Intertwined Relationship Between Music And Politics in https://liveforlivemusic.com/features/the-intertwined-relationship-between-music-and-politics/, February 2016.
WALTERS D., The aesthetics of Pierre Boulez, Durham University, http://etheses.dur.ac.uk/3093.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Ágora Filosófica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista Ágora Filosófica o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que reconheça e indique a autoria e a publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer momento depois da conclusão de todo processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).