Quem Somos na Paradoxal Pluralidade do Espaço Público? A Condição Humana e a Inquietante Indagação Arendtiana

Autores

  • Evandro Fonseca Costa Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2019.v19n3.p05-38

Palavras-chave:

Condição humana. Pluralidade. Ação. Singularidade. Moralidade.

Resumo

NA condição humana, Hannah Arendt compreende que quem uma pessoa é ou se torna trata-se de um empreen-dimento que se constitui na visibili-dade, na comunicabilidade e na alteri-dade intrínsecos à pluralidade do espaço-entre os homens. A autora reconduz a pluralidade ao cerne da própria gênese do humano. Tal pluralidade é a condição básica da ação e do discurso. Ação e fala se relacionam com o fato de que viver significa estar em companhia de outrem e, em sendo assim, o ser humano depara-se com o desafio de revelar quem ele é. A tematização que, aqui, articula ação, singularidade e moralidade, almeja vislumbrar, desde a luminosidade desse horizonte, possí-veis conexões entre ação e morali-dade. Para tal, privilegiar-se-ão os conceitos de singularidade e de perso-nalidade, priorizando a terminologia utilizada em A condição humana, na qual se encontra um uso original da noção de identidade específica, que se manifesta na inquietante indagação de quem somos na paradoxal pluralidade do espaço público.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Evandro Fonseca Costa, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutorando em Filosofia Prática com pesquisa em Hannah Arendt (UFPE). É professor concursado/efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Campus Vitória (IFPE-Vitória). Dedica-se, especialmente às seguintes áreas e/ou questões: Filosofia Moderna, Idealismo Alemão: Kant e Hegel, Filosofia Política, Ética, Antropologia Filosófica, Epistemologia, Filosofia da Educação, Hermenêutica Filosófica.

Referências

AGUIAR, O. A. A categoria de condição humana em Hannah Arendt. In:

CORREIA, A. (Org.). Hannah Arendt e A condição humana. Salvador: Quarteto, 2006. p. 75-91.

AGUIAR, O. A. Condición humana. In: PORCEL, B.; MARTÍN, L. (Comps.). Vocabulario Arendt. Rosario: Homo Sapiens Ediciones, 2016. p. 29-43.

ALVES NETO, R. R. Totalitarismo e desmundanização liberal. Pensando – Rev. de filosofia, Teresina, v. 9, n. 17, p. 156-173, 2018.

AMADO, J. Jubiabá. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

ARENDT, H. A condição humana. 13. ed. rev. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2017.

ARENDT, H. A dignidade da política. Ensaios e conferências. Tradução de Helena Martins e outros. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.

ARENDT, H. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Tradução de Cesar Augusto de Almeida, Antônio Abranches e Helena Martins. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

ARENDT, H. Compreender: formação, exílio e totalitarismo. Ensaios (1930-1954). Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa. 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2016.

ARENDT, H. Homens em tempos sombrios. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

ARENDT, H. Origens do totalitarismo. Tradução Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

ARENDT, H. Responsabilidade e julgamento. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

ARENDT, H. Trabalho, obra, ação. Tradução de Adriano Correia. In: CORREIA, A. (Org.). Hannah Arendt e A condição humana. Salvador: Quarteto, 2006. p. 341-368.

ASSY, B. Ética, responsabilidade e juízo em Hannah Arendt. São Paulo: Perspectiva; Instituto Norberto Bobbio, 2016.

ASSY, B. “Faces privadas em espaços públicos”. Por uma ética da responsabilidade. In: ARENDT, H. Responsabilidade e julgamento. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 31-60.

ASSY, B. Uma personalidade ética: a singularidade de quem somos. In: CORREIA, A.; NASCIMENTO, M. (Orgs.). Hannah Arendt: entre o passado e o futuro. Juiz de Fora: UFJF, 2008. p. 135-147.

A VIGILANTE do amanhã: Ghost in the Shell. Direção: Rupert Sanders. EUA: Paramount Pictures, Dreamworks Pictures e Reliance Entertainment, 2017. DVD.

BAGEDELLI, P. Natalidad. In: PORCEL, B.; MARTÍN, L. (Comps.). Vocabulario Arendt. Rosario: Homo Sapiens Ediciones, 2016. p. 109-124.

BURILÉS, F. Una herencia sin testamento: Hannah Arendt. Barcelona: Herder, 2007.

CORREIA, A. Apresentação. In: ______. (Org.). Hannah Arendt e A condição humana. Salvador: Quarteto, 2006. p. 7-9.

CORREIA, A. O significado político da natalidade: Arendt e Agostinho. In: CORREIA, A.; NASCIMENTO, M. (Orgs.). Hannah Arendt: entre o passado e o futuro. Juiz de Fora: UFJF, 2008. p. 15-34.

CORREIA, A. “Pensar o que estamos fazendo”. In: ARENDT, H. A condição humana. 12. ed. rev. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014. p. XIII-XLIX.

DIMAS, A. Posfácio: da praça ao palanque. In: AMADO, J. Jubiabá. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 325-341.

DUARTE, A. Vidas em risco. Crítica do presente em Heidegger, Arendt e Foucault. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

DUARTE, A. Poder e violência no pensamento de Hannah Arendt: uma reconsideração. In: ARENDT, H. Sobre a violência. 4. ed. Tradução de André Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. p. 131-167.

LEIBOVICI, M.; TASSIN, E. Pluralidad. In: PORCEL, B.; MARTÍN, L. (Comps.). Vocabulario Arendt. Rosario: Homo Sapiens Ediciones, 2016. p. 139-157.

MAGALHÃES, T. C. Ação, linguagem e poder: uma releitura do capítulo V da obra The Human Condition. In: CORREIA, A. (Org.). Hannah Arendt e A condição humana. Salvador: Quarteto, 2006. p. 35-74.

MAGALHÃES, T. C. Somos do mundo e não apenas no mundo. In: CORREIA, A.; NASCIMENTO, M. (Orgs.). Hannah Arendt: entre o passado e o futuro. Juiz de Fora: UFJF, 2008. p. 73-88.

MORISAWA, M. O futuro é agora em ‘A vigilante do amanhã’. Disponível em: <https://veja.com.br/entretenimento/o-futuro-e-agora-em-a-vigilante-do-amanha>. Acesso em: 1 abr. 2017, 22h15.

ROVIELLO, Anne-Marie. Senso comum e modernidade em Hannah Arendt. Tradução de Bénédicte Houart e João Filipe Marques. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.

XARÃO, F. Política e liberdade em Hannah Arendt. Ensaio sobre a reconsideração da Vita Activa. 2. ed. rev. e ampl. Ijuí: Unijuí, 2013.

Downloads

Publicado

2019-12-23

Como Citar

COSTA, Evandro Fonseca. Quem Somos na Paradoxal Pluralidade do Espaço Público? A Condição Humana e a Inquietante Indagação Arendtiana. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 19, n. 3, p. 05–38, 2019. DOI: 10.25247/P1982-999X.2019.v19n3.p05-38. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/1572.. Acesso em: 22 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 150

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.