Quem Somos na Paradoxal Pluralidade do Espaço Público? A Condição Humana e a Inquietante Indagação Arendtiana
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2019.v19n3.p05-38Palavras-chave:
Condição humana. Pluralidade. Ação. Singularidade. Moralidade.Resumo
NA condição humana, Hannah Arendt compreende que quem uma pessoa é ou se torna trata-se de um empreen-dimento que se constitui na visibili-dade, na comunicabilidade e na alteri-dade intrínsecos à pluralidade do espaço-entre os homens. A autora reconduz a pluralidade ao cerne da própria gênese do humano. Tal pluralidade é a condição básica da ação e do discurso. Ação e fala se relacionam com o fato de que viver significa estar em companhia de outrem e, em sendo assim, o ser humano depara-se com o desafio de revelar quem ele é. A tematização que, aqui, articula ação, singularidade e moralidade, almeja vislumbrar, desde a luminosidade desse horizonte, possí-veis conexões entre ação e morali-dade. Para tal, privilegiar-se-ão os conceitos de singularidade e de perso-nalidade, priorizando a terminologia utilizada em A condição humana, na qual se encontra um uso original da noção de identidade específica, que se manifesta na inquietante indagação de quem somos na paradoxal pluralidade do espaço público.
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