Segundo informações colhidas na Internet, o Dia Internacional dos Povos Indígenas não foi concessão, mas uma conquista dos povos indígenas do mundo inteiro. Comemorado no dia 9 de agosto, a data recorda o dia em que, pela primeira vez, um indígena esteve na sede da ONU, na Suíça, para reivindicar direitos. Isto aconteceu em 1995. Naquele contexto histórico, grupos indígenas reuniram-se em Genebra, com o objetivo de lutar pelos seus direitos. Questões como o incentivo à preservação do patrimônio cultural e histórico foram pautadas. Neste cenário de luta e resistência foi instituída a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. O Brasil foi representado nesse movimento através de líderes indígenas presentes nos debates. Nos dias atuais os povos indígenas continuam lutando pelos seus direitos, que o Estado brasileiro teima negar. Os depoimentos a seguir dos colaboradores do Neabi, convidam a comunidade acadêmica a refletir sobre a importância e os desafios que estão postos cotidianamente para os povos indígenas.
A importância do dia 9 de Agosto
Tarisson indígena do povo Nawa do Acre
(Estudante de jornalismo da UFPE. Atua no Programa Jornalismo e Cidadania da Rádio Universitária)
O dia 9 de Agosto se apresenta como uma importante data de reconhecimento dos povos indígenas no Brasil e no mundo. Entretanto, o reconhecimento em si não vem carregado com o respeito que nós, indígenas, tanto reivindicamos, principalmente no que se refere aos nossos direitos.
O dia internacional dos povos indígenas não é um dia de comemoração e celebração, mas um dia que se faz presente para ressaltarmos as lutas a partir das quais nós, povos originários, buscamos a efetivação das pautas que beneficiam nossos parentes, os quais, inclusive, de diversas maneiras, vêm sendo atacados pelo Estado brasileiro numa tentativa de diminuir nossos direitos, rifando-os para grupos privilegiados que estão inseridos dentro do parlamento brasileiro (leia-se: bancada BBB – boi, bala e bíblia).
Ainda no que diz respeito a essa data, ela é importantíssima para ressaltarmos a presença indígena no país e, nesse sentido, acena para a diversidade sociocultural aqui existente, que, muitas vezes, só é vista como algo positivo na boca daqueles que vão vender o Brasil lá fora.
A realidade é que há uma constante luta dos nossos parentes pela manutenção dessa riqueza sociocultural que o Brasil apresenta: luta essa que visa a garantir a continuação das nossas tradições, religiosidade, organização sociopolítica e etc., no intuito de deixarmos para as gerações vindouras um dia melhor, uma vida melhor, de forma que eles possam viver, harmoniosamente, com os não indígenas, e que as desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais possam apenas ser destacadas quando tivermos falando de um Brasil do passado.
Dia 09, o Dia Internacional dos Povos Indígenas
Ridivanio, Juruna Xukuru do Ororuba- Pesqueira- PE
(Ex Conselheiro do Conselho da Igualdade Racial representando os povos indígenas. Estudante de Letras na Unicap)
Bem, o dia 9 para mim é muito mais que uma homenagem que a ONU instituiu, é uma data simbólica de resistência e luta de garantia de direitos.
No mundo todo há 370 milhões de indígenas, correspondendo a 5℅ da população mundial. Aqui no Brasil há um pouco mais de 900 mil, com mais de 300 etnias e 274 línguas, costumes e tradições diferenciadas.
Temos muito que lutar, pois os direitos garantidos na constituição Federal de 1988 estão ameaçados pelo governo atual. Eles que detêm o poder querem rasgar a constituição e decretar outras leis que não nos contemplam como: a Pec 215, o março temporal e outras que não lembro no momento.
Esta sociedade capitalista não aceita os povos indígenas. Querem acabar com os povos tradicionais, quilombolas, indígenas, ciganos, etc.
Concluindo, este dia é de reflexão: o que queremos como nação? O que queremos com o mundo? Pois onde há indígenas, há conservação da natureza.
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