Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Esta semana vamos publicar a cada dia a vida e obra de uma fotógrafa. Os trabalhos foram produzidos pelos alunos na disciplina de História da Fotografia em 2013.1 e 2014.1 ministrada pela Profª. Ms. Julianna Nascimento Torezani. Já falamos de Margaret Bourke-White e agora vamos abordar a obra fotográfica de Dorothea Lange.

Dorothea Lange

Por Amanda Cavalcanti Santana de Melo e Francisco Souza Lima Filho

Americana, nascida na cidade Hobokem, New Jersey, em 26 de maio de 1895. Dorothea Margaretta Lange Nutzhorn, filha de imigrantes alemães, foi vítima, logo aos 7 anos, de poliomielite, doença responsável por enfraquecer sua perna direito pelo resto da vida – alguns afirmam ser esse um dos motivos que a deixou mais sensível ao sofrimento alheio, buscando encontrar beleza em “lugares imprevisíveis”. Aos 12 anos, foi abandonada pelo pai e, desde então, não usava mais o sobrenome paterno, assinando apenas como Dorothea Lange.
Estudou, entre 1914 e 1917, na New York Training School for Teachers. Ao concluir o curso, certa de que queria ser fotógrafa, matriculou-se na Universidade de Columbia, também em Nova York. Quando terminou a graduação, em 1918, mudou-se para São Francisco, onde, no ano seguinte, abriu um estúdio de retratos com o qual inicia sua carreira profissional.
No ano de 1919 abre em São Francisco seu estúdio de retrato onde foi bem sucedido. Para Lange, como para muitos fotógrafos, a ferramenta que ela considerava mais poderosa, era seu olho.
Em 1920, casou com o pintor Mayard Dixon, com quem teve dois filhos: Daniel Rhoades Dixon e John Eaglesfeather Dixon. Lange aproveitou 16 longos anos de sucesso como uma retratista de ricos, até que divorciou-se, em 1935. Depois casou com Paul Taylor Schuster, professor de economia na Universidade da Califórnia. Sob sua orientação e devoção, Lange se tornou, de acordo com Linda Gordon, escritora de sua biografia, uma verdadeira “justiceira social”.
Iniciado o período da Grande Depressão nos Estados Unidos, ela deixa de lado o trabalho no estúdio e começa a retratar o exterior que a cercava. É nesse momento que ela abraça o tema dos desempregados e moradores de rua em suas fotografias, chamando a atenção dos fotógrafos locais cuja ajuda foi fundamental para o seu emprego na Farm Security Administration (FSA), uma iniciativa do New Deal do presidente Franklin D. Roosevelt, cujo objetivo era combater a pobreza no campo durante a crise.
É entre 1935 e 1939 que suas fotos começam a atrair os olhares do público. Dorothea Lange registrava os acontecimentos em Dust Bowl, como também a pobreza e o racismo no Sul dos Estados Unidos, entre 1935 até 1941, para FSA. Durante o período de crise americana, a Califórnia recebia em torno de seis mil migrantes que, vindos do Meio Oeste, fugiam da seca e do desemprego – eles não tinham mais direito de trabalhar, já que as terras em que estavam, não eram suas, eram alugadas.
Lange percorreu 22 estados do Norte ao Oeste dos Estados Unidos, trabalhando para o governo, ela fotografa, entre 1935 a 1939 o sofrimento dos pobres desempregados sem-teto e esquecidas famílias rurais.
Com o propósito de documentar os horrores provenientes dessa situação, Dorothea Lange publica seu livro The American Exodus (O Êxodo Americano), com texto de Paul Taylor. O livro foi utilizado para um relatório do Congresso Americano e, com esse projeto, Lange fez da situação, um problema conhecido nacionalmente, tendo suas fotos publicadas em inúmeros jornais e revistas. Dorothea Lange morre em 11 de outubro de 1965, por causa de um câncer no esôfago. Sua obra está muito imbricada ao foto documentarismo social, uma espécie de reportagem social, área que a consagrou no mundo a fotografia.
Uma de suas fotografias mais conhecidas, “Migrant Mother” (Mãe Migrante) foi capturada em um dia chuvoso em fevereiro de 1936 em Nipomo, Califórnia, em um Acampamento de Catadores de Ervilhas. A personagem fotografada, Florence Thompson, 32 anos, mãe de 10 filhos, vivia juntamente com 2500 outros nesse acampamento. Eles lutavam contra a fome alimentando-se de vegetais roubados e aves mortas pelos filhos dos que lá moravam. Foi a foto mais reproduzida na história da fotografia, Lange antes de fotografar conversava muito com as pessoas, para conhecer mais sobre elas.

 

Fontes das imagens:

Dorothea Lange. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Disponível em < http://www.infopedia.pt/$dorothea-lange >. Acesso em: 8 mar. 2013.
MACEDO, Joana. Dorothea Lange. Disponível em. Acesso em: 7 mar. 2013.

AIRES, Felipe. DOROTHEA LANGE – Biografia. Disponível em. Acesso em: 6 mar. 2013.

SOUSA, Maria Helena Rubinato Rodrigues de. Dorothea Lange (Semana dos fotógrafos). Disponível em < http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/11/21/dorothea-lange-semana-dos-fotografos-475750.asp > Acesso em: 8 mar. 2013.

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